Efeito colateral – Com surpreendente desempenho negativo na disputa pela prefeitura de São Paulo, o candidato tucano José Serra é vítima não apenas do índice de rejeição que há anos cultiva entre os eleitores, mas principalmente pelo efeito nefasto do apoio político de Gilberto Kassab, um dos mais mal avaliados alcaides paulistanos de todos os tempos.
Sem cumprir a maioria das promessas de campanha, Kassab, que como prefeito é afilhado político de Serra, na maior parte da gestão teve aprovação na casa de irrisórios 20%. A péssima conservação das ruas e avenidas da cidade de São Paulo é reflexo imediato de uma administra pífia e fanfarrista.
Quando José Serra ainda relutava em admitir a candidatura à prefeitura da Pauliceia Desvairada, Kassab, que buscava espaço na vitrine política nacional, se jogou no colo do abusado Luiz Inácio da Silva e de seu pupilo eleitoral, o fraco Fernando Haddad, que agora começa a incomodar o candidato tucano, de acordo com os resultados das recentes pesquisas do Datafolha e do Ibope. Por sorte o PT relutou em aceitar o apoio de Kassab, pois do contrário o candidato do partido estaria em situação muito pior.
A peçonha do apoio de Gilberto Kassab torna-se ainda mais surpreendente quando considerado o fato de que Haddad tem como um dos seus apoiadores o enrolado Paulo Salim Maluf, velha raposa da política nacional, que por decisão da Justiça norte-americana está na lista de procurados da Interpol e por isso impedido de deixar o País.
Uma eventual derrota de Serra em outubro próximo pode representar o fim de uma era no PSDB, que assim como outras legendas carece de lideranças com maior expressão no cenário nacional.
