Candidatos à prefeitura de São Paulo estão quase engessados em termos de ataques aos adversários

Jogo de cena – A sucessão do prefeito Gilberto Kassab, em São Paulo, é o que se pode chamar de enxadrismo político. Com a ressalva de que os candidatos estão praticamente engessados em relação a ataques desordenados aos adversários.

Candidato do PSDB ao comando da maior cidade brasileira, José Serra tem como aliado o pupilo Gilberto Kassab, um dos piores prefeitos paulistanos da história. Depois de se oferecer ao petista Fernando Haddad, o prefeito de São Paulo mergulhou de vez na campanha de José Serra, provocando estragos que começam a aparecer nas pesquisas eleitorais. Serra, por sua vez, conta com o apoio do Democratas, que está de birra com Kassab, que levou políticos da legenda para o novato PSD, partido do qual é presidente.

Serra, por questões de bastidores, está sem condições de fazer qualquer crítica a Gabriel Chalita, candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, que durante anos foi secretário do governador Geraldo Alckmin. No contraponto, Chalita está impossibilitado de bater em Haddad, pois o cacique-mor do PMDB, Michel Temer, é vice da neopetista Dilma Vana Rousseff, que em breve aterrissará na campanha do companheiro de partido. Vale lembrar também que foi Gabriel Chalita quem apagou o incêndio que se formou na campanha de Dilma por conta do entrevero e a então candidata presidencial e a Igreja Católica acerca do aborto.

Com as bênçãos de Kassab, o candidato tucano fez um acordo com Celso Russomanno para evitar ataques recíprocos, o que até agora foi respeitado. Fernando Haddad, candidato imposto por Lula, já deixou claro que o alvo principal de seus ataques é e continuará sendo José Serra. O PT decidiu não açoitar Russomanno, até então líder das pesquisas de intenção de voto, pois em 2010 o candidato do PRB facilitou o caminho de Aloizio Mercadante, que participou da corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Fora isso, o PRB emplacou o senador Marcelo Crivella (RJ) no Ministério da Pesca.

Ainda na seara de Russomanno, o seu vice é o advogado Luiz Flávio D’Urso, do PTB, partido que no estado de São Paulo integra a base de apoio do governador Geraldo Alckmin, que ainda não digeriu as mágoas decorrentes da disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2006, quando o correligionário Serra comandou a campanha de Gilberto Kassab. E Alckmin acabou em terceiro. Toda essa movimentação estranha tem apenas uma explicação: a eleição presidencial de 2014.