Chancela oficial – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal já votou pela condenação da ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e do ex-vice-presidente da instituição, José Roberto Salgado. Dos atuais dez ministros da Corte, seis entenderam que Rabello e Salgado são culpados de gestão fraudulenta: Joaquim Barbosa (relator), Ricardo Lewandowski (revisor), Rosa Maria Weber, Luiz Fux, José Antônio Dias Toffoli e Cármen Lúcia Antunes Rocha.
Na sessão de quinta-feira (6), quando será retomado o julgamento do Mensalão do PT (ação Penal 470), votarão no quesito de gestão fraudulenta de instituição financeira os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto (presidente).
A gestão fraudulenta consta da lei de crimes contra o sistema financeiro e a prevista é de três a doze anos de prisão. A dosimetria da pena será feita ao final do julgamento do maior caso de corrupção da história brasileira.
Com a decisão desta quarta-feira (5) em relação ao núcleo financeiro fica comprovado que o Mensalão do PT não apenas existiu, como se valeu de dinheiro público desviado para custear parte do esquema criminoso de compra de apoio parlamentar pelo governo de Luiz Inácio da Silva. Há dias, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que a condenação de João Paulo Cunha, pelo Supremo, foi um golpe da elite com setores da imprensa e do Judiciário, mas contra provas na há argumentos.
Os empréstimos concedidos ao PT e às empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do mensalão, foram fictícios, pois era preciso legalizar o dinheiro desviado dos cofres públicos, entre outras tantas fontes de financiamento. De tal modo, a tendência é que os outros réus sejam também condenados, o que explica o desespero que se abate sobre a cúpula do Partido dos Trabalhadores, já preocupada com as consequências do julgamento.