Pare e pense – Analisados os currículos dos candidatos à prefeitura de São Paulo, a conclusão a que se chega, sem qualquer ufanismo partidário, é que José Serra é o mais preparado. Não se trata de campanha em favor de um candidato, até porque Serra já foi alvo de duras críticas no ucho.info, mas do exercício lógico do raciocínio diante de fatos inegáveis. A experiência do candidato tucano na vida pública é inconteste.
Essa vantagem curricular de Serra não dá ao partido, diante de números desfavoráveis nas pesquisas eleitorais, apelar ao jogo rasteiro, quando o que a maior cidade brasileira precisa é a discussão de propostas que a tornem menos complexa e difícil. Senador pelo PSDB paulista, Aloysio Nunes Ferreira Filho publicou no microblog que mantém no Twitter um vídeo em que o candidato Celso Russomanno, que lidera as pesquisas, apalpando os seios de uma mulher durante entrevista. O episódio ocorreu em 1990, durante a cobertura de um baile de Carnaval, quando o candidato do PRB ainda atuava como repórter.
Se por um lado o senador tucano se preocupa em desconstruir a imagem de Celso Russomanno com o tal vídeo, o que configura ato de desespero, os marqueteiros de José Serra ainda não esboçaram o desejo de inserir na campanha as condenações de alguns dos acusados de envolvimento no Mensalão do PT, como se o maior escândalo de corrupção da história nada representasse.
Enquanto Celso Russomanno lidera as pesquisas, Serra deve se ocupar com o candidato petista Fernando Haddad, que está no seu encalço e tem como alavanca eleitoral o descontrolado e mitômano Lula, que prometeu “morder a canela dos adversários” para levar seu pupilo à prefeitura da capital dos paulistas.
Essa manobra chicaneira de Aloysio Nunes segue na contramão do currículo e do discurso de Serra, que sempre enfatiza a coerência administrativa. Como mencionamos na matéria anterior, a mais recente pesquisa Datafolha mostra que eleitorado está cansado do perfil randômico da política, onde os mesmos candidatos de partidos dominantes se alternam no poder.
Os brasileiros contrários ao PT têm cobrado dos tucanos uma reação seguida de mudança de postura, mas nada do que foi clamado até agora foi atendido, pois a soberba que impera no partido impede que seus integrantes enxerguem o óbvio. Não será à sombra dos apalpados seios de uma carnavalesca que o PSDB arrancará a vitória das urnas paulistanas, até porque política é algo muito mais sério do que tentam provar alguns incautos. Os eleitores da mais importante cidade do País não podem fazer de Russomanno um Fernando Collor regional e de ocasião, apenas porque mudanças são necessárias.