Condenação de três ex-dirigentes do Banco Rural pelo Supremo reforça a existência do Mensalão do PT

Fechando o cerco – Na vigésima sessão do julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o Supremo Tribunal Federal decidiu pela condenação, por gestão fraudulenta de instituição financeira, de três ex-executivos do Banco Rural, considerado como o núcleo financeiro do maior escândalo de corrupção da história brasileira. Por unanimidade foram condenados Kátia Rabello, ex-presidente do banco, e José Roberto Salgado, ex-vice-presidente. Já Vinícius Samarane, atual vice-presidente, foi condenado pelo voto da maioria dos ministros. Ayanna Tenório, que à época dos fatos era responsável pela área de “compliance” da instituição, foi absolvida.

Pela condenação de Samarane votaram os ministros Joaquim Barbosa (relator), Rosa Maria Weber, Luiz Fux, José Antônio Dias Toffoli, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto (presidente). Pela absolvição votaram os ministros Ricardo Lewandowski (revisor) e Marco Aurélio Mello.

Com a decisão desta quinta-feira (6) fica provada, de forma inconteste, a existência do criminoso esquema de compra de votos no Congresso Nacional por meio de mesadas, pagas com dinheiro desviado dos cofres públicos. Como o STF considerou que a condenação por corrupção não exige ato de ofício e que o Banco Rural concedeu empréstimos fictícios ao PT e às empresas de Marcos Valério, para supostamente legalizar o dinheiro desviado, a tendência é que os outros réus sejam condenados, em especial os integrantes do núcleo político, como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino.