Sofrendo de alternância discursiva, Mantega aposta na alienação do povo e faz afirmações absurdas

(Foto: Marcelo Camargo - ABr)
Maluco beleza – Não há no governo federal alguém com fala mais desconexa do que Guido Mantega, que ainda está ministro da Fazenda. Nesta sexta-feira (14), Mantega afirmou que, mesmo com a revisão da projeção do crescimento do PIB de 3% para 2%, neste ano, a economia do País está em pleno aquecimento no segundo semestre.

“Temos que parar de olhar para trás. A taxa é uma média, que está sendo puxada para baixo por causa do primeiro semestre. Conhecemos os detalhes da economia, acompanhamos vários setores e temos indicadores que apontam para a retomada”, declarou o ministro ao participar de evento da revista Exame na cidade de São Paulo.

Entre os indicadores elencados pelo ministro para explicar o ritmo mais acelerado da economia estão o aumento no volume de crédito e o crescimento da atividade industrial e do comércio varejista. A expectativa é que em 2013 o Brasil cresça a uma taxa de 4%. Para o ministro da Fazenda, o conjunto de medidas de estímulo vai permitir crescimento sustentado entre 4% e 5% por vários anos.

Mantega avalia que as ações de estímulo adotadas pelo governo ainda não resultaram em impacto na economia. “Os efeitos vão se dando aos poucos. A redução da taxa de juros, por exemplo, demora de 8 a 10 meses, ainda mais em um cenário de crise”. Ele destacou, ainda, as medidas de desoneração da folha pagamento e redução das alíquotas de energia que devem surtir efeito no próximo ano.

É bom lembrar

A soberba que impera na Esplanada dos Ministérios é de tal envergadura, que muitas autoridades já se preocupam em consultar dados antes de balbuciar sandices. Mantega pode não saber, mas há dias a Fiesp anunciou que a indústria paulista fechará o ano com retração de 3%.

Qualquer ação para recuperar a economia nacional passa obrigatoriamente por um conjunto de mudanças estruturais e definitivas, algo que o Palácio do Planalto tem substituído por remendos pontuais e muito atrasados.

Outro ponto que reforça a incoerência dos atuais ocupantes do poder é a lufada de amnésia que sopra sobre os petistas de acordo coma conveniência. Tão logo chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, Lula acionou a retórica populista para justificar sua conhecida incompetência e lançou a tese da herança maldita, transferido ao antecessor, Fernando Henrique Cardoso, a responsabilidade pelo fracasso do governo petista.

Ora, se Lula se deu o direito de olhar para trás e culpar adversários por fatos ainda não acontecidos, não há razão para nos dias de hoje deixarmos de recorrer ao retrovisor. Até porque, o amaldiçoado e peçonhento espólio deixado pelo ex-metalúrgico continua provocando estragos no País, os quais exigirão dos brasileiros pelo menos cinco décadas de esforço contínuo para serem eliminados.