Arcebispo de SP volta a atacar Russomanno e disputa paulistana entra em clima de guerra santa

Barril de pólvora – A politização da religião continua emoldurando a disputa pela prefeitura de São Paulo. O assunto ganhou espaço extra na imprensa nos últimos dias porque Celso Russomanno, candidato do PRB, continua sendo rotulado pelos adversários como fantoche do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e dono da Rede Record.

As críticas ao candidato do PRB, que se avolumaram nos últimos dias, ganharam o reforço extra com o posicionamento do arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, que condenou a “manipulação e instrumentalização da religião” na disputa eleitoral. Em nota, a diocese comandada por Scherer classificou como “ameaça à democracia” uma eventual vitória de Celso Russomanno.

“Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem pelo voto? É para pensar”, afirma a nota, cujo alvo é o bispo Marcos Pereira, da Universal, presidente do PRB e chefe da campanha de Russomanno. Ele é acusado de difundir posições “ridículas, confusas e desrespeitosas” a respeito dos católicos. Essa afirmação é decorrente de um texto que Pereira publicou em maio de 2011 em seu blog pessoal.

Questionado pelos jornalistas sobre o assunto, Russomanno, por sua vez, disse “eu que vou governar”. “Quem vai governar São Paulo é o Celso Russomanno, que está sendo eleito pelo povo”, completou o candidato que já não sabe como escapar da polêmica.

Contudo, a realidade é bem diferente e distante do que afirma Russomanno e alega Marcos Pereira. Nada é decidido na seara da campanha sem que integrantes da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus, instalados no comitê central do candidato, sejam consultados. Nem mesmo o candidato decide sobre assuntos menores.