Haddad fatura com polêmica do caminhoneiro, mas ignora o caos da saúde pública no País

Pegando carona – Como era de esperar, o caso do caminhoneiro com catarata voltou a ser explorado pela campanha de Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura paulistana. A campanha do tucano José Serra, com base em informações da administração de Kassab, disse que o tal caminhoneiro, que no programa petista reclamou da demora para agendar uma cirurgia, tinha outro problema ocular.

Sem respeitar a dignidade do cidadão, todos os envolvidos no caso transformaram o assunto em tema de campanha, usando a imagem do caminhoneiro para sensibilizar o eleitor. O que Serra deveria fazer, mas ainda não fez, é pedir desculpas pelo equívoco, até porque reconhecer o próprio erro é um ato de humildade que permite acertos futuros.

O que Haddad deveria fazer, mas não fará, é deixar de criticar a redução do número de leitos hospitalares no sistema público de saúde da maior cidade brasileira e demora no agendamento de cirurgias. Afinal, nos últimos sete anos o Sistema Único de Saúde perdeu, em todo o País, nada menos que 42 mil leitos. E não custa lembrar a Fernando Haddad que nesse período estavam no comando do governo o seu padrinho político-eleitoral, o messiânico Lula, e a sua ex-patroa, a nada diplomática Dilma Rousseff.

Fora isso, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, a fila de cirurgia obriga do doente paciência para uma espera que chega a dois anos. Vale lembrar que o Into é órgão do Ministério da Saúde e que Lula, em 2006, afirmou que a saúde pública estava a um passo da perfeição.