Futebol de várzea – Encerrada a partida entre as seleções do Brasil e da Argentina, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, sobraram na noite de quarta-feira (19) explicações ufanistas para o quase fiasco do onze verde-louro, que deixou o gramado sob o placar de dois gols a um.
Como sempre acontece, a equipe técnica da seleção brasileira, comandada por Mano Menezes, mergulhou em números estatísticos. Nem de longe reconheceu como justas as vaias da torcida, que demorou demais para se manifestar. No primeiro tempo, Mano Menezes foi chamado de “burro” em duas ocasiões. E isso não ocorreu porque a seleção é um primor. Mais adiante, a inconformada torcida começou a gritar no estádio o nome de Luiz Felipe Scolari, campeão do mundo em 2002 e que recentemente deixou o Palmeiras.
O problema da seleção brasileira não será resolvido com a eventual substituição de um técnico, pois a qualidade do futebol nacional despencou e os jogadores que vestem a camisa canarinho o fazem de olho em contratações milionárias. O que confirma a tese de que a CBF nada mais é do que um balcão de negócios escusos e negociatas conhecidas.
Querer incensar a seleção por causa da vitória sobre os argentinos é assinar um atestado de incompetência. O primeiro gol brasileiro, marcado pelo corintiano Paulinho, foi ilegal em razão claro impedimento do atleta. Mas o árbitro da partida preferiu fechar os olhos. Já o segundo, marcado por Neymar, surgiu de pênalti duvidoso cometido pelo zagueiro argentino De Sabatto.
Quando 2014 chegar, será tarde demais para tentar uma solução imediata que evite o maior vexame do futebol brasileiro. Muitos dos apaixonados pelo esporte bretão já consideram a possibilidade de uma reedição do “Maracanaço”, ocorrido diante da seleção uruguaia na final da Copa de 1950, mas dificilmente a seleção brasileira atual avançará na competição ao ponto de ressuscitar a esperança do torcedor.