Fosse sério, Brasil anularia as leis e matérias aprovadas no Congresso com ajuda de votos comprados

Nada válido – O julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470) avança no Supremo Tribunal Federal, com continuação da leitura, nesta quinta-feira (20), do voto do ministro-revisor Joaquim Barbosa, que tem contemplado com a condenação os réus do núcleo político acusados de corrupção passiva. No bloco condenado estão membros do PP, PR (outrora Partido Liberal), PTB e PMDB. Ao presidente nacional do PTB, deputado cassado Roberto Jefferson, coube também a condenação por lavagem de dinheiro, o que deve ser estendido a José Borba, que à época era deputado federal pelo PMDB do Paraná. No caso do antigo PL, o deputado Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas (ex-tesoureiro da legenda) foram também condenados por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

É fato que o veredicto final ainda depende dos votos dos demais ministros, inclusive do revisor, Ricardo Lewandowski, mas não há como negar a existência do Mensalão do PT, que foi reconhecido por petistas ilustres como José Eduardo Martins Cardozo, atual ministro da Justiça, e Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, então secretário do Partido dos Trabalhadores. Fora isso, dois atuais aliados do PT, o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, e Gustavo Fruet, candidato do PDT à prefeitura de Curitiba, reconhecem textualmente a existência do esquema criminoso, até porque participaram ativamente dos sub-relatórios da CPI dos Correios, que acabou escancarando a corrupção do governo Lula.

Fosse o Brasil um país minimamente sério, o que não é o caso, as instituições pediriam a anulação das leis e medidas que foram aprovadas no Congresso Nacional com a ajuda dos votos dos parlamentares cooptados pelo Palácio do Planalto, trocando a consciência por polpudas mesadas.

O procedimento aqui sugerido, mais de uma vez, só é possível em países onde impera a probidade e a coerência. Sempre lembrando que se isso acontecesse, Lula precisaria mudar de país, pois andar na rua seria tarefa impossível. Como disse certa vez o abusado e messiânico Luiz Inácio, “nunca antes na história deste país”.