Herança maldita de Lula, que Dilma insiste em negar, pode ser conferida de norte a sul do País

Sem saída – Há alguns dias, a presidente Dilma Rousseff se valeu de nota oficial para criticar o tucano Fernando Henrique Cardoso, que em artigo citou a herança maldita deixada por seu sucessor, o mitômano eloquente Luiz Inácio da Silva. Dilma saiu em defesa de Lula e negou a existência do tal espólio amaldiçoado, algo que está cada vez mais difícil de negar.

Como temos insistido, Lula governou o País como um dono desses botecos de porta de fábrica, os quais ele frequentou com assiduidade nos tempos de sindicalismo no ABC paulista. Governar uma nação exige preparo e conhecimento, pois do contrário prevalece o populismo barato, marca registrada do PT. Um dos requisitos básicos que deve-se impor ao governante é que ele tenha conhecimento avançado de planejamento. Algo que Lula simplesmente desconhece.

Na opinião dos petistas, a proeza de Lula foi, nos dois governos marcados pela corrupção, empurrar a população desavisada ao consumo e, na sequência, atirá-la na vala do endividamento e da inadimplência. O que essa turma de aloprados não sabe é que qualquer ação carece de estudos preliminares sérios e profundos, sob pena de diversos setores da economia mergulharem no caos, como já acontece.

Carros novos

Na última sexta-feira (21), véspera do Dia Mundial sem Carro, a cidade de São Paulo materializou, ao final do dia, a tal herança maldita deixada por Lula, cujo ingrediente de maior destaque ainda é a inflação. Naquele dia, quando os paulistanos retornavam para casa, o congestionamento na mais importante cidade brasileira chegou a incríveis 254 km.

Quando Lula anunciou, com a conhecida pirotecnia de sempre, a redução do IPI para os automóveis, o ucho.info alertou para a necessidade de o Estado, como um todo, ter investido antecipadamente na melhoria do sistema viário das grandes cidades do País e na mobilidade urbana. Sem esses investimentos, alertamos, as grandes metrópoles se transformariam em quase imóveis oceanos de carros, tamanho seria o volume de novos automóveis que seriam despejados aqui e acolá. Fora isso, estacionar o caro é uma cidade como São Paulo é uma epopeia cara. Além da dificuldade para se encontrar vagas, alguns estacionamentos já cobram entre R$ 15 2 R$ 20 pela primeira hora. A prova do nosso alerta, alvo das críticas palacianas, está aí para que os gênios da horda “lulista” confiram.

Transporte público

Na manhã desta segunda-feira (24), um telejornal levou ao ar uma matéria criticando as seguidas falhas das composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, empresa do governo estadual. Somente neste ano foram registradas 117 falhas, o que representa uma a cada dois dias. Algo inconcebível, mas que tem uma explicação técnica. As falhas ocorrem por falta de manutenção preventiva, impossível de realizar quando os trens precisam circular diária e ininterruptamente.

Quando decidiu criar empregos, Lula deveria ter pensado que o cidadão utilizaria o transporte público para ir de casa ao trabalho e vive-versa. E por conta disso a demanda passou a ser maior que a oferta, sem que os órgãos competentes tivessem tem suficiente para o planejamento. Ou seja, Lula tratou de inventar algo que garantisse sua duvidosa popularidade, deixando aos governos estaduais e municipais os efeitos colaterais das medidas adotadas pelo Palácio do Planalto.

Situação idêntica acontece como consumo. Com o advento do crédito fácil, que proporciona um ilusório poder de compra, o cidadão é obrigado a sair de casa para consumir. E para tal precisa recorrer ao transporte público. No caso dos trens da CPTM, a manutenção preventiva evita os problemas decorrentes da fadiga material, mas é impossível qualquer ação dessa natureza quando a demanda é muito maior do que a oferta. Embalados pela falsa sensação de impunidade, os usuários da CPTM via de regra depredam os trens, como se danoa ao patrimônio público não fosse crime passível de punição.

Lixo

Ainda comemorando o ingresso de mais de 35 milhões de desavisados consumidores na chamada classe média, o governo do PT não se preocupou com o fato de que o consumo aumentaria sobremaneira a produção de lixo. Maior cidade brasileira, São Paulo produz diariamente 16 mil toneladas de lixo. Sem locais e tratamento adequados para tanto lixo, as mais importantes cidades do País sofrem com os chamados lixões, assunto que tornou-se enredo de novela.

O governo federal tem a obrigação de prever tais situações quando medidas são adotadas para estimular a economia e consumo. Imaginar que lixões são a solução é não querer enxergar o óbvio. A incineração do lixo, por exemplo, permite a geração de energia elétrica, o que permitira ao Brasil uma nesga de folga em termos energéticos. Mas é preciso vontade e conhecimento por parte dos integrantes do governo, que, diga-se de passagem, é formado basicamente por companheiros incompetentes de um lado e aliados oportunistas de outro.

Saúde

A geração de novos postos de trabalho garante popularidade aos governantes, mas simultaneamente provoca consequências que podem ser séria se não forem pensadas como antecedência. Com o crescimento da massa laboral brasileiro, mais pessoas ingressaram no universo da saúde privada, no vácuo dos benefícios oferecidos pelas empresas. Sem ter como recusar a solicitação dos contratantes, as operadoras de saúde acabam concordando com o ingresso de mais filiados nos planos.

Com a demanda maior do que a capacidade de oferta, a saúde privada está em colapso. Isso porque quem até então recorria ao SUS, agora apela aos planos de saúde. Sem contar que a novidade leva o cidadão ao devaneio por ocasião da utilização do serviço privado de saúde. Casos extremamente simples, que até então eram resolvidos sem a necessidade de um médico, agora entopem as recepções dos hospitais e consultórios credenciados pelos planos de saúde.

Dura realidade

Se o Brasil estivesse livre da inflação (mas não está), o legado de Lula, por si só, já seria uma enorme herança maldita. Primeiro porque incentivou a corrupção do Oiapoque ao Chuí, disseminou a falsa sensação da impunidade e governou o País sem nenhum conhecimento de planejamento, como mencionamos anteriormente

Há quem entenda como exagero de nossa parte, mas os estragos produzidos por Lula, nos oito anos em que esteve presidente, exigirão dos brasileiros pelo menos cinco décadas de esforço contínuo para serem reparados. Até porque, muitas lambanças ainda não foram descobertas e outras estão em pleno andamento.

Para Lula e sua legião de aduladores, país desenvolvido é aquele em que os pobres conseguem comprar um carro ou ter um plano de saúde, quando na verdade é aquele em que os ricos se utilizam do transporte público e da saúde oferecida pelo Estado. Quem sabe daqui a quinhentos anos esses herdeiros de Aladim descubram isso, não sem antes terem pilhado até as riquezas do nosso subsolo.