Papo furado – Ao discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff, ao agradecer a ajuda dispensada por autoridades à Rio+20, falou em padrões sustentáveis de produção e consumo, como se no Brasil isso acontecesse com largueza.
Para conter os efeitos colaterais da crise internacional, desde o final de 2008 o governo do PT vem apostando no consumo interno para reverter a difícil situação econômica brasileira, sem que nenhuma reforma estrutural por parte das autoridades seja cogitada, o que resolveria boa parte dos problemas que ora enfrentamos e deixa o País em condições de desigualdade em relação a outros países.
Após o pedido do então presidente Lula para que o consumo interno fosse mantido em níveis elevados para minimizar os efeitos da crise, os brasileiros saíram desesperada e irresponsavelmente às compras, embalados pelo crédito fácil. Tal situação gerou um contingente recorde de endividados e disparou a inadimplência, o que deve se repetir em breve, pois o governo, recheado de herdeiros de Aladim, quer ratificar a fórmula mágica criada por Lula.
Não há como acreditar em um governante que fala em consumo e produção sustentável quando o governo tem larga parcela de responsabilidade no derrame de automóveis que ocorreu nos últimos anos nas principais e maiores cidades brasileiras, aumentando os índices de poluição e piorando sobremaneira os índices de congestionamento.
Dilma, que tenta descolar sua imagem da do agora enrolado Lula, comanda uma equipe que, tal e qual a do governo anterior, desconhece os conceitos básicos de planejamento, algo facilmente constatado nos inúmeros problemas que se espelham pelo País. Querer posar na tribuna da ONU, diante de câmeras e microfones de quase todo o planeta, como derradeira solução é uma ousadia desmedida que destoa da realidade brasileira e envergonha cada cidadão dessa destrambelhada terra chamada Brasil.