Moeda de troca – No mais recente debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado pela TV Gazeta na noite de segunda-feira (24), ficou claro que acertos já acontecem nos bastidores das campanhas dos postulantes ao cargo de Gilberto Kassab, atual alcaide paulistano. Considerando que sabedoria popular garante que fala mais alto aquele que pode mais, nesse escambo rasteiro e condenável o candidato petista Fernando Haddad sai na frente, pois o governo federal tem mais a dar.
A primeira efetiva incursão de Dilma Rousseff na campanha do seu ex-ministro da Educação se materializou com a chegada de Marta Suplicy ao Ministério da Cultura. Marta, que até outro dia era uma crítica ferrenha da campanha de Haddad, tomou a vaga da insípida Ana de Hollanda e passou a rasgar elogios na direção do candidato imposto por Lula. Acontece que a entrada de Marta na campanha de Fernando Haddad pouco resolveu, aliás, piorou, pois o candidato caiu nas pesquisas de intenção de voto.
Com Lula no encalço, pois precisa fazer de sua atrapalha invenção algo minimamente viável, a presidente Dilma Rousseff está a um passo de ampliar o balcão de negócios do Palácio do Planalto. Com a desculpa de que a petista Gleisi Hoffmann precisa disputa o governo do Paraná em 2014, para a Casa Civil pode ser guindado o atual ministro da Educação, o “irrevogável” Aloizio Mercadante.
Pois bem, com a pasta da Educação acéfala, o que nada muda, o PT palaciano pode se aventurar na direção de Gabriel Chalita, candidato do PT à prefeitura da maior cidade brasileira. Chalita, que já foi secretário estadual da Educação no governo de Geraldo Alckmin, conta com a benção de Michel Temer, vice-presidente da República. Para alcançar o cargo basta Chalita ajudar Fernando Haddad a chegar no segundo turno. Ou seja, o peemedebista terá de bater no tucano José Serra ou, então, renunciar à candidatura.
Outra vaga pode ser aberta na Esplanada dos Ministérios para abrigar o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, candidato do PDT à prefeitura da capital dos paulistas. Paulinho, que em São Paulo apoia o governo de Geraldo Alckmin, em Brasília faz parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff, que no debate da noite de segunda-feira foi alvo de críticas do deputado-sindicalista. O que foi compreendido como um recado às avessas ao Palácio do Planalto. Paulo Pereira da Silva sairia da disputa e ganharia um ministério como prêmio de consolação.
Esse intrincado cenário pode parecer impossível à primeira vista, mas é preciso lembrar que, não faz muito tempo, Lula disse que, se preciso fosse, morderia as canelas dos adversários para fazer de Fernando Haddad o próximo prefeito de São Paulo. E entenda-se por canela adversária o imundo balcão de negócios que o PT instalou no Palácio do Planalto.