Mensalão: STF começa a julgar núcleo de corrupção ativa e deve provocar estragos enormes no PT

Pá de cal – Faltando poucos dias para as eleições municipais em todo o País, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar, na tarde desta quarta-feira (3), o núcleo operacional do Mensalão do PT, que tem entre seus dez integrantes os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Além do trio, são acusados de corrupção ativa o ex-deputado Anderson Adauto, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano de Mello Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos, Geiza Dias e Rogério Tolentino.

Caso não seja interrompido por rapapés de encomenda, protagonizados por alguns dos colegas de Corte, o ministro-relator Joaquim Barbosa deve concluir seu voto ainda hoje. Confirmado esse cronograma, o estrago no PT será devastador, uma vez que a previsão é que Barbosa condene todos os integrantes do grupo por corrupção ativa. O julgamento do quesito de formação de quadrilha deve ocorrer dentro de alguns dias.

Petista histórico desde a fundação da legenda, Plínio de Arruda Sampaio, agora no PSol, está animado com a evolução do julgamento do maior escândalo de corrupção do País. “Estou achando estupendamente bom. O Supremo tá dando demonstração de ser um tribunal de altíssimo padrão jurídico e de altíssimo padrão ético”, afirmou Sampaio, que na campanha de 2006 reforçou as denúncias contra o PT.

“Estou extremamente contente e entusiasmado. Com o presidente [Ayres Britto], que está presidindo com equilíbrio, com energia e competência únicas e com os ministros, especialmente com o Joaquim Barbosa, que é um espetáculo”, emendou o ex-deputado, que não economizou palavras para criticar o PT e externar sua satisfação com os resultados do julgamento. “Para o PT acho que ele [o julgamento] pode ser devastador, porque vai ficar provado que ali era um bando de malandros, que o partido degenerou completamente”, completou.

As declarações de Plínio de Arruda Sampaio são a mais fiel tradução do que ocorre nos bastidores do PT, partido que corre um risco cada vez maior de encolher nas principais capitais brasileiras, cuja eventual recuperação exigiria esforço descomunal e mentiras de sobra de um combalido Luiz Inácio da Silva, que está visivelmente debilitado em termos de saúde.