Prefeito do Rio, Eduardo Paes disputa a reeleição fingindo desconhecer o Mensalão do PT

Memória curta – Praticamente reeleito à prefeitura do Rio de Janeiro, uma vez que a última pesquisa Ibope lhe confere 57% de intenção de voto, o peemedebista Eduardo Paes levará para a sua administração não apenas os votos dos cariocas, mas um pedaço do maior escândalo de corrupção da história nacional, o Mensalão do PT.

Eduardo Paes tenta não falar sobre o assunto, mas a história prova que ele próprio, então sub-relator da CPI dos Correios, confirmou à época, com todas as letras e a satisfação de oposicionista, a existência do esquema de compra de parlamentares por meio de mesadas, o que permitiu ao ex-presidente Lula aprovar no Congresso matérias do interesse do governo.

Como se fosse pouco, o alcaide carioca não tem como ignorar o tema, pois o Supremo Tribunal Federal, que julga a Ação Penal 470 (Mensalão do PT), já condenou por corrupção passiva o ex-peemedebista José Borba, que aguarda decisão acerca da acusação de lavagem de dinheiro, cujo julgamento terminou empatado.

Por ocasião da CPI dos Correios, Eduardo Paes, à época deputado federal pelo PSDB, onde também atuava como homem de confiança de José Serra, fez duras críticas ao então presidente Lula. Anos mais tarde, quando migrou para o PMDB a convite do sempre controverso e falastrão governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes foi obrigado a rasgar o próprio discurso e se desculpar com Lula. O que não significa que tenha feito isso com coerência e consciência.