Anos após tratar a morte de Celso Daniel com frieza, Gilberto Carvalho diz sentir dor por José Dirceu

Óleo de peroba – É descomunal a desfaçatez com que os ocupantes do Palácio do Planalto tratam o Mensalão do PT, maior escândalo de corrupção da história verde-loura e que pode levar a legenda ao ralo da política. Sem se incomodar com a repercussão de suas palavras, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira (5) estar sem condições de comentar o julgamento do companheiro José Dirceu na Ação Penal 470, pelo Supremo Tribunal Federal.

“A dor me impede de falar, neste momento, desta questão”, disse Carvalho durante a abertura da exposição das obras do artista barroco italiano Michelangelo Merisi Caravaggio, na capital federal.

Considerando que ao longo de oito anos Gilberto Carvalho foi chefe do gabinete de Lula, acusado de ser o chefe maior do Mensalão do PT, o melhor que ele pode fazer no momento é arrumar alguma desculpa para não falar sobre o assunto, sob pena de ser arrastado para o olho do furacão que pode alcançar o ex-metalúrgico.

Trata-se de mais uma estratégia faceira e de última hora para tentar convencer os ministros do STF da inocência de José Dirceu, que certa feita declarou publicamente “tudo o que eu fazia era de conhecimento do presidente”. O que confirma a nossa tese de que o silêncio obsequioso é o melhor remédio para Gilberto Carvalho.

Condoído com a situação em que se encontra o companheiro e ex-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho é o mesmo que tratou com desdém e frieza a morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André e de cuja equipe o atual secretário da Presidência fez parte. Celso Daniel, que já tinha sido escolhido por Lula para assumir o Ministério da Fazenda em caso de vitória do petista em 2002, foi morto de forma brutal e covarde, com direito a selvageria, porque discordou da destinação dada ao dinheiro das propinas cobradas de empresários na importante cidade do Grande ABC.

Em uma das gravações feitas pela polícia e à época divulgadas com exclusividade pelo ucho.info, Gilberto Carvalho, em conversa com a namorada de Celso Daniel, afirmou que Ivone Santana desempenhava bem o papel de viúva. Isso mostra a sordidez do partido que chegou ao poder central por vias democráticas, mas transformou o Estado em propriedade particular, a ele impingindo escândalos de corrupção jamais vistos.

Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel

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