Conversa fiada – Gazeteiro como sempre, Luiz Inácio da Silva deveria receber títulos e honrarias por sua incontestável aptidão à mitomania e à fanfarrice. Ciente de que o julgamento do Mensalão do PT provocou estragos na legenda no período eleitoral, Lula disse neste domingo (7), em São Paulo, que as recentes decisões condenatórias tomadas pelo Supremo não devem influenciar o eleitor.
“O povo não está preocupado com isso. Está preocupado em saber se o Palmeiras vai cair e se o Haddad vai ganhar”, disse Lula, que quando a crise lhe ronda apela para assuntos futebolísticos para dissimular escândalos.
Só mesmo alguém inconsequente seria capaz de afirmar que as reticências do julgamento da Ação Penal 470 não produziram estragos em muitas candidaturas petistas em todo o País. Acusado por Marcos Valério de ser o chefe maior do esquema criminoso de compra de parlamentares no Congresso Nacional, Lula insiste em negar a existência do Mensalão do PT, como se a população fosse desprovida de doses mínimas de raciocínio.
Gazeteiro como todo comunista de boteco, Lula corre o sério risco de ser alcançado pela Justiça na segunda fase de investigação do Mensalão do PT, o que só não aconteceu antes porque o rolo compressor palaciano transitou com largueza nos bastidores da CPI dos Correios. Sem uma gota de moral para criticar o STF e negar a existência do mensalão, Lula há muito deveria estar afastado da política.
O simples fato de o marqueteiro Duda Mendonça ter recebido os honorários relativos à campanha de 2002 em conta bancária no exterior era motivo suficiente para pedir o impeachment do ex-metalúrgico, que continua acreditando ser a versão tropical e derradeira de Messias. Isso só não aconteceu porque os partidos de oposição estavam mergulhados na conhecida soberba.
Se as urnas deste domingo não derem uma resposta a Lula e ao PT, é porque o brasileiro perdeu a vergonha e está pronto para ser tutelado por ditadores.
