O ex-banqueiro e controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, ficou verdadeiramente estarrecido, nesta terça-feira (9), ao ler noticiário sobre o leilão que estaria sendo proposto pelo administrador judicial da massa falida, Vânio Aguiar, de centenas de garrafas de vinho que mantinha em sua adega. “Como pode? Ele próprio contratou um perito, Oliver Smith, neste ano, que constatou avançada deterioração!”, alerta Edemar. “Constatou-se que garrafas (algumas de alto valor) apresentam redução do nível líquido, enquanto outras já se encontram vazando e mais outras apresentando início de deterioração” – constata trecho do relatório do perito Oliver Smith.
“Ele agora tenta leiloar os vinhos para que não haja provas da má conservação!” – alerta e denuncia Edemar. “Ele está destruindo um verdadeiro patrimônio nacional. Não é meu. É do Brasil!”, completa o controlador do Banco Santos
Obras de arte em perigo. Vinhos estragados. Desobediência às ordens judiciais
Desligamento de sistemas inteligentes de segurança, desligamento de ar-condicionado, não utilização de persianas especiais blackout, má conservação do sistema hidráulico e falta de controle de umidade, entre outras barbaridades executadas por ordens expressas do administrador judicial Vânio Aguiar, vêm sendo responsáveis por prejuízos milionários aos credores. “Ele se veste de ovelha, mas é um lobo”, denuncia Edemar. “Além de estar se descuidando de patrimônios da humanidade, obras de arte de valor inestimável, agora também quer enganar leiloando garrafas de vinho que ele próprio sabe que deixou estragar”.
Relatórios feitos pelos peritos do Museu de Arte Contemporânea, MAC, mostram que das 600 obras que estão no interior de mansão, excluem 100 delas, por apresentarem fungos, mofos e craquelamentos. O que significa problemas sérios de conservação em obras de arte, pinturas, esculturas e fotografias de mestres como Portinari, Di Cavalcanti, Brecheret, Frank Stela, Volpi, Irving Penn, entre outros. O administrador, fiel depositário da residência do casal, Edemar Cid Ferreira e esposa, no Morumbi, em São Paulo, fez com que fossem despejados da mansão, e continua completamente passivo com relação ao problema.
Há determinação do Tribunal de Justiça, mas o administrador, contrariando as ordens judiciais, ainda não permitiu que os danos fossem verificados in loco pelos representantes da Justiça. Além do problema dos vinhos estragados e das obras de arte, a casa está com vazamentos hidráulicos, reatores, elevadores quebrados e com sua parte externa degradada.
“Mas o administrador cobra do grupo de credores mais de 300 mil mensais para administrar a massa falida do Banco Santos e de mais outras oito falências indevidamente pagas também por eles. Para onde está indo esse dinheiro?- questiona Cid Ferreira.