EUA: Debate entre candidatos à vice-presidência é marcado por tom agressivo

(Foto: Agência Efe)
Queda de braços – Os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos, Joe Biden do Partido Democrata e Paul Ryan do Partido Republicano, participaram na noite desta quinta-feira (11/10) de seu primeiro debate eleitoral. Os concorrentes discutiram as direções da política externa norte-americana e a crise econômica no país, mas aproveitaram a oportunidade para criticar as propostas da legenda opositora.

Com duração de 90 minutos, o debate foi realizado no auditório do Center College às 21 horas locais (22 hora em Brasília) em Danville, no Kentucky. A jornalista Martha Raddatz, da rede televisiva ABC News, foi responsável por coordenar a discussão.

O vice-presidente norte-americano procurou recuperar o fraco desempenho de Barack Obama no debate eleitoral contra Mitt Romney, adotando tom agressivo e incisivo contra seu oponente. Biden interrompeu Ryan diversas vezes e ainda ironizou muitas de suas respostas, rindo e dizendo “Ah, meu Deus!”.

Apesar de ser 27 anos mais novo do que seu concorrente, o candidato republicano não mostrou inexperiência política e conseguiu colocar Biden em posições delicadas. Ryan questionou a falta de segurança no Consulado dos EUA que levou à morte do embaixador norte-americano em Bengazi e apontou que, no estado de Biden, o desemprego apenas cresceu.

Enquanto que alguns jornais apontam que o vice-presidente democrata foi o vencedor do debate, os resultados das pesquisas realizadas logo depois da discussão divergem. A rede CBS disse que 50% dos eleitores preferiram Biden e apenas 31% o republicano. Já a emissora CNN apontou Ryan como o preferido do público com 48% contra 44% do democrata. A CNBC também afirmou que o republicano foi aprovado por 50% contra 36% de Biden.

O presidente Obama, que disse ter sido “muito educado” em seu confronto com Romney, parabenizou seu colega pelo ótimo desempenho no debate. “Achei que Joe Biden foi fantástico essa noite”, disse ele para jornalistas em seu caminho para a Casa Branca.

Outros analisam, no entanto, que a estratégia combativa utilizada por Biden pode acabar prejudicando sua imagem frente aos eleitores indecisos e muitos republicanos já mostraram querer explorar isso. “Ele estava, constantemente, interrompendo e tentando falar em cima de Ryan. Quando meu filho de 11 anos tenta fazer isso na mesa de jantar, não é tolerado”, afirmou o republicado Jason Chaffetz.

Política externa

O candidato republicano à vice-presidência procurou explorar a morte do embaixador norte-americano no Consulado da Líbia no último dia 11 de setembro. “Não deveríamos ter um destacamento militar para proteger nosso embaixador em Benghazi?”, questionou Ryan que afirmou que os EUA possuem uma ampla segurança na Embaixada da França.

“Esta questão em Benghazi seria uma tragédia em si”, afirmou Ryan. “Mas infelizmente, é um indício de um problema mais amplo, e o que estamos vendo é o desmoronamento da política externa de Obama, que está tornando as coisas mais caóticas e deixando-nos menos seguros”, criticou Ryan.

Biden respondeu às críticas, afirmando que os EUA não receberam nenhuma informação sobre o possível ataque e que Ryan junto da banca republicana no Parlamento aprovaram corte no orçamento de segurança. “Nós vamos encontrar e levar à Justiça os homens que fizeram isso. Quaisquer erros que tenham sido cometidos, não se repetirão”, reiterou.

O candidato democrata também procurou criticar a política externa proposta por Ryan e Romney sob o argumento de que os republicanos vão levar os EUA para outros conflitos. “A última coisa que precisamos é outra guerra”, acrescentou Biden. (Do Opera Mundi)