Ministro Joaquim Barbosa inocenta Duda Mendonça, mas lista depósitos que confirmam evasão de divisas

No alvo – Na 36ª sessão do julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o ministro-relator Joaquim Barbosa inocentou o publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, do crime de lavagem de dinheiro.

Responsável pela campanha presidencial petista de 2002, Duda Mendonça recebeu parte dos honorários em conta bancária aberta em Miami em nome da offshore Düsseldorf. Além de admitir na CPI dos Correios que recebeu o dinheiro no exterior, Duda confirmou em juízo os recebimentos. “As campanhas já haviam acabado e o serviço já havia sido feito. Havia compromissos a pagar. Foram então depositados R$ 10 milhões na conta Dusseldorf em Miami”, declarou o marqueteiro à Justiça.

Na sequência, o ministro Joaquim Barbosa passou a elencar os inúmeros depósitos feitos na conta da empresa Düsseldorf, alguns deles por meio do Tradelink Bank, instituição financeira de propriedade do Banco Rural. Tais depósitos, assim como outros feitos através de outras empresas estrangeiras, confirmam reportagem do ucho.info sobre a tentativa de repatriação do dinheiro depositado no exterior, decorrente da propina cobrada de empresários de Santo André, à época da administração de Celso Daniel.

Na segunda fase de investigação do Mensalão do PT, já autorizada pelo ministro Joaquim Barbosa, o Ministério Público Federal por certo identificará os meandros dessa tentativa de repatriação de dinheiro e os alimentadores do caixa do esquema criminoso.

Em 2005, quando o ucho.info afirmou que o Tradelink Bank fora usado como contraponto para a repatriação do dinheiro da propina cobrada em Santo André, muitos foram os que afirmaram se tratar de um devaneio jornalístico do editor. Sete anos depois das infundadas acusações, o ministro Joaquim Barbosa confirma a nossa tese.