PMDB muda de lado e complica o PT ao defender a prorrogação dos trabalhos da CPI do Cachoeira

Tempo extra – a Criada sob a pressão exercida pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, a CPI do Cachoeira reúne-se nesta terça-feira (16) para decidir se prorroga os trabalhos da Comissão ou se encerra a investigação na próxima semana. O PMDB, que há dias fechou acordo com o PT para encerrar as investigações, mudou de ideia depois da repercussão negativa gerada pelo acordo e agora defende prorrogar os trabalhos por mais trinta dias, prazo exíguo para o recebimento de dados relacionados a quebra de sigilo dos acusados.

Presidente da CPI, o senador Vital do Rego (PMDB-PB) é o mais aguerrido defensor da prorrogação dos trabalhos da CPI, o que coloca o PT em situação delicada. O relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), homem de confiança de Lula e José Dirceu, já elaborou o relatório final.

Diante da possibilidade de a defesa do fim da CPI interferir negativamente nas campanhas dos candidatos do partido, o PT deve concordar com a proposta de prorrogar os trabalhos da Comissão.

O PPS, por sua vez, informou que não aceitará a prorrogação por apenas trinta dias. “Nós queremos quebrar o sigilo das empresas laranjas. Tem mais de R$ 200 milhões que foi dinheiro para abastecer caixa de campanha em 2010. Em 30 dias [de duração da comissão] não dá tempo. É só para dar um tipo de satisfação, mas no fundo não vai acontecer nada”, disse o líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR). O PDT e o PSOL também defendem a prorrogação por tempo maior.

A oposição iniciou na última semana a coleta de assinaturas para prorrogar a CPI, mas até o momento apenas dezesseis senadores assinaram o documento. São necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Criada para investigar os negócios escusos do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Comissão direcionou seus trabalhos para a empreiteira Delta Construção, mas o fato de a empresa ter contratos com governos estaduais e federal fez com que a investigação fosse barrada pela chamada base aliada. Essas dificuldades foram criadas a mando do Palácio do Planalto, que tenta evitar a exposição das relações do dono da Delta, Fernando Cavendish, com os governo Lula e Dilma.