Câmara aprova projeto que oficializa a gazeta e encurta o período de trabalho dos deputados

Virou baderna – O que antes era oficioso agora é oficial. Deputados federais não mais correrão o risco de ter o ponto cortado às segundas e sextas-feiras, dias da semana em que o Congresso Nacional funciona apenas e tão somente para enganar a população. Como se sabe, o parlamento brasileiro funciona durante dois dias e meio – da manhã de terça-feira até o meio-dia de quinta-feira.

Na quarta-feira (17), em sessão esvaziada, a Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, projeto de resolução que torna oficial a “gazeta” dos parlamentares às segundas e sextas-feiras. A proposta, incluída às pressas na pauta, alterou o regimento interno da Câmara, que previa a realização de sessões ordinárias durante os cinco dias da semana. A partir de agora, a nova redação determina que as sessões ordinárias serão realizadas apenas entre terça e quinta-feira. As votações de projetos de lei ocorrem somente em sessões ordinárias ou extraordinárias, sendo estas últimas podendo ser convocadas a qualquer momento pelo presidente da Câmara.

Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR) criticou a decisão. “É a oficialização da gazeta”, afirmou o parlamentar. “Com tanta coisa importante para votar, com diversos projetos parados na Câmara, colocam em votação uma proposta que restringe ainda mais o período de votações. Agora mesmo, com a pauta entupida de medidas provisórias (MPs), com o Executivo legislando diariamente, é que não vamos votar mais nada de iniciativa do Legislativo. Trata-se da desmoralização completa do parlamento”, completou Bueno.

Se por um lado o fim das sessões às segundas e sextas-feiras prejudicará a pauta de votações da Câmara, por outro economizará o dinheiro do contribuinte, pois a Câmara não mais será obrigada a levar ao ar o trabalho no plenário, que nesses dois dias da semana é mera encenação de no máximo meia dúzia de parlamentares que se revezam diante das câmeras.

É importante salientar que os brasileiros devem cobrar ainda mais seus representantes (sic) na Câmara, uma vez que cada parlamentar custa mensalmente ao contribuinte R$ 130 mil. Dividindo o valor por dia trabalhado, o custo é de pouco mais de R$ 32,5 mil por semana.