Sem limite – Disposto a tudo para fazer de Fernando Haddad o próximo prefeito de São Paulo, o abusado Luiz Inácio da Silva não tem economizado palavras para atacar José Serra, que nas pesquisas para consumo interno ameaça cada vez mais o candidato petista.
Sem se preocupar com a possibilidade quase concreta de arrumar um enorme problema para Dilma Rousseff no Congresso Nacional, Lula, durante evento fechado realizado no último sábado (20) em São Paulo, comparou Serra a Jânio Quadros e Fernando Collor. Na ocasião, Lula disse que José Serra, assim como Jânio e Collor, não termina se4us mandatos.
“Eles precisam criar vergonha e cumprir mandato até o fim”, disse Lula, que só não enfrentou um processo de impeachment em 2005 porque a oposição abusou da fraqueza e da soberba. No momento em que o marqueteiro Duda Mendonça confirmou, na CPI dos Correios, que recebera em conta bancária no exterior parte dos honorários da campanha presidencial de 2002, o mandato de Lula ficou por um fio. E o ex-metalúrgico escapou de ser despejado do Palácio do Planalto porque os partidos de oposição surgiram em cena com a teoria da governabilidade.
José Serra deixou a prefeitura paulistana em 2006, quinze meses depois de eleito, para concorrer ao governo do Estado de São Paulo. A decisão do tucano salvou os paulista de um eventual governo do PT, que à época tinha como candidato ao Palácio dos Bandeirantes o “irrevogável” Aloizio Mercadante, um dos beneficiários do Dossiê Cuiabá.
Polêmico, Jânio da Silva Quadros deixou diversos cargos ao longo da carreira. Eleito presidente da República em 1960, abandonou o posto meses depois alegando forças ocultas. Fernando Collor de Mello deixou a prefeitura de Maceió e o governo de Alagoas para disputar outros cargos. Eleito presidente em 1989, na esteira da campanha de caça aos marajás, Collor sofreu um impeachment dois anos após a posse, no vácuo de denúncias feitas por seu irmão, o falecido Pedro Collor de Mello.