PMDB já começa a cobrar de Dilma Rousseff o apoio ao candidato petista Fernando Haddad

Boca do caixa – A presidente Dilma Vana Rousseff já enfrenta problemas para recompensar o apoio de alguns partidos a candidatos do Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais deste ano. É o caso do PMDB, que tem a fatura mais difícil para ser quitada.

Antes de anunciar oficialmente o apoio ao petista Fernando Haddad, em São Paulo, o PMDB negociou a contrapartida. Ao candidato derrotado Gabriel Chalita a presidente daria um ministério, possivelmente o da Educação ou de Ciência e Tecnologia. Dilma não recebeu bem a proposta, mas será pressionada para de alguma forma acomodar Chalita na Esplanada dos Ministérios. Fora isso, o peemedebista, em caso de vitória de Haddad, indicará alguns secretários na administração paulistana.

Para que Gabriel Chalita chegue ao comando da Educação, Dilma terá de encontrar um destino para Aloizio Mercadante, que em 2014 pode disputar o governo paulista pelo PT. A ideia inicial é transferir Mercadante para a Casa Civil, obrigando a atual ministra Gleisi Hoffmann a voltar ao Senado Federal. Gleisi, como se sabe, é candidata do PT ao governo do Paraná e no Senado teria mais visibilidade.

No caso de Chalita ser indicado para o Ministério de Ciência e Tecnologia, a presidente terá de desalojar o físico Marco Antonio Raupp, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira. A única certeza nesse imbróglio é que o PMDB quer aumentar o espaço que ocupa na máquina federal. As mudanças devem acontecer em janeiro e até lá Dilma terá tempo suficiente para encontrar uma solução, sob pena de ter dificuldades no Congresso Nacional.

Presidente licenciado do PDMB, Michel Temer, vice-presidente da República, participou do evento petista no final de semana, ao lado de caciques do PMDB. Entre eles, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que é pré-candidato do partido na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Acontece que o PT também sonha em chegar ao governo estadual, o que pode azedar as relações com o principal partido da base aliada.

Na última sexta-feira (19), Temer e Skaf almoçaram em uma churrascaria da cidade de São Paulo, ocasião em que discutiram o apoio do partido a Fernando Haddad e as recompensas futuras.