Rastilho de pólvora – Ciente de que dificilmente elegerá o sucessor, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), já trabalha nos bastidores para se encaixar na máquina federal depois que deixar o Palácio Guanabara. O projeto prioritário de Cabral é ser candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff, que disputará a reeleição em 2014, já que Lula anunciou que não tem mais pretensões políticas. O que é difícil de acreditar.
Essa incursão de Sérgio Cabral tem incomodado o atual vice-presidente da República, Michel Temer, cacique maior do PMDB e que espera fazer dupla com Dilma na campanha pela reeleição. Se o plano não emplacar, o segundo projeto de Cabral é conseguir uma vaga na Esplanada dos Ministérios, possivelmente na pasta de Minas e Energia, atualmente comandada pelo peemedebista Edison Lobão (MA), que a pedido dos palacianos deve voltar ao Senado em 2013 para assumir a presidência da Casa. Um dos entusiastas da ida de Cabral Filho para Brasília é o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ex-tucano que migrou para o PMDB.
Dilma tem uma dívida de campanha com Sérgio Cabral, que em 2010 apoiou a petista no Rio de Janeiro. Se a presidente embarcar nessa ideia ufanista do governador fluminense, colocará no governo federal mais algumas pílulas do escândalo envolvendo o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o empresário Fernando Cavendish, dono da polêmica Delta Construção.
