Após ser duramente criticado por Fernando Haddad, o traiçoeiro Kassab deve ganhar um ministério

Dois lados – Muito tem se falado sobre as causas que impediram o tucano José Serra de conquistar a prefeitura de São Paulo, mas até agora não existiu qualquer comentário sobre dois fatos importantes que contribuíram para a vitória de Fernando Haddad.

O primeiro deles é que o PSDB surgiu no cenário político nacional rachado, situação que torna-se cada vez mais complexa com o passar dos anos. Quando decidiu lançar Serra como candidato à prefeitura da maior cidade brasileira, o PSDB não intentava vencer a disputa. Tanto é assim que o PTB, que integra a base aliada do governador Geraldo Alckmin, indicou o candidato a vice na chapa de Celso Russomanno, que tropeçou ainda no primeiro turno.

O segundo fato, tão grave quanto o primeiro, é que o prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, indicou o candidato a vice, mas continuou flertando com o PT de Lula e Haddad. Encerrado segundo turno, Kassab anunciou a disposição de o PSD apoiar Fernando Haddad ao longo do mandato.

Como forma de recompensa, Kassab, que apoiou o PT em muitas cidades, deve assumir algum ministério do governo da presidente Dilma Rousseff. Ou seja, ao deixar a prefeitura de São Paulo para disputar o governo paulista, em 2005, José Serra deixou em seu lugar um adversário especialista em traição.

O mais estranho nessa barafunda política é que durante a campanha Fernando Haddad fez sérias críticas a Kassab. Ora se o ainda prefeito paulistano não capacidade para implantar um corredor de ônibus, colocá-lo em um ministério, por mais insignificante que seja, é no mínimo um ato de loucura. Enfim…