Raízes da violência em São Paulo

(*) Antônio José Ribas Paiva –

Política é a decisão do que fazer, por quem tem o poder. Estratégia é como fazer. O governo do Estado nunca adotou uma clara política de combate ao crime. Portanto, não existe estratégia, somente ação tática. A polícia faz o que o governador determina. Inexistindo a política, o combate policial é travado, apenas, no nível tático, pontual, contra criminosos, não contra o crime.

A “tolerância zero” do Governo do Estado é apenas contra os motoristas. Multiplicam-se barreiras e bafômetros. Se no combate ao crime, o Governo Alckmin e sua policia fossem onipresentes como a CET é na fiscalização do Transito, São Paulo seria o paraíso na terra! Explica-se: o garimpo do trânsito dá lucro ao Estado e à Prefeitura e a guerra ao crime custa caro e é perigosa.

Os frutos dessa omissão do Governo do Estado são 90 policiais executados, centenas de cidadãos assassinados e a população aterrorizada. E ainda falam em desarmamento dos cidadãos!

Não satisfeito, o Governo Alckmin ainda criou batalhões de trânsito, desfocando a prioridade, que deveria ser a polícia combatendo o crime. Não apitando e multando.

A falta de política de combate ao crime em São Paulo é antiga. Em 16 de maio de 2006, a cidade ficou sitiada pelo terrorismo, virou cidade fantasma, a valorosa policia rodoviária sumiu das estradas, 800 pessoas foram executadas, pelos ataques de terroristas e criminosos (FARC, ETA, IRA E PCC). O governador era outro, mas a falta de política de combate ao crime era a mesma!

Observe-se, que crime Organizado é a Associação de criminosos com agentes públicos e não organograma de quadrilhas, como querem nos impingir.

A inexistência de clara e pública política de combate ao crime é o fato gerador da prevalência dos criminosos. Porque o crime é estratégico, mas a polícia é tática.

Com a palavra os governantes.

(*) Antônio José Ribas Paiva é advogado e presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos.