Em meio à onda de violência, secretário da Segurança Pública de São Paulo deixa o cargo

Arrumando as gavetas – Os rumores sobre a saída de Antônio Ferreira Pinto, secretário de Segurança Pública de São Paulo, começaram na última semana, antes do feriado prolongado, mas nada se confirmou. Nesta quarta-feira (21), Ferreira Pinto deixou o cargo em meio a uma enorme crise na pasta, uma vez que a onda de violência na região metropolitana de São Paulo não cessa. O novo secretário será o ex-procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira.

Desde o começo do ano, 93 policiais já foram mortos em ataques patrocinados por criminosos. A exemplo do que vem ocorrendo nas últimas semanas, a madrugada desta quarta-feira também foi violenta na Grande São Paulo.

Antônio Ferreira Pinto chegou a se desentender com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, alegando que a suposta ajuda oferecida pelo governo federal era oportunista e política. O que não deixa de ser verdade, pois o contingente policial no estado de São Paulo chega a 130 mil homens, entre militares e civis. No último dia 6 de novembro, o governador Geraldo Alckmin e o ministro da Justiça firmaram um acordo de cooperação que inclui troca de informações no setor de inteligência e transferência de presos perigosos para presídios federais de segurança máxima.

Com a chegada de Fernando Grella Vieira, o governo paulista não deve ceder ao plano político do PT, uma vez que vem ocorrendo uma campanha difamatória contra o principal estado da federação. A última incursão dos petistas foi a desastrada declaração do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que comparou a onda de violência em São Paulo com o conflito entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza.

Enquanto o governo federal não combater nas fronteiras o tráfico de entorpecentes e o contrabando de armas, nenhuma ação interna contra o crime terá resultado efetivo.