Sol quadrado – Depois de ser adiado por duas vezes, começou nesta quinta-feira (22), no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, o julgamento de Itamar Messias Silva dos Santos, um dos sete réus no processo do assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), ocorrido em janeiro de 2002.
As impressões digitais de Itamar foram encontradas no veículo usado no sequestro da vítima, submetida a tortura e executada a tiros em uma estrada vicinal do município Juquitiba. O promotor de Justiça Márcio Augusto Friggi de Carvalho deve manter a posição de que o crime foi encomendado. Investigações realizadas pelo Ministério Público apuraram que a morte de Celso Daniel estava relacionada a um esquema de corrupção na área de transportes de Santo André.
Na realidade, Celso Daniel foi bárbara e covardemente assassinado porque discordou da destinação dada ao dinheiro das propinas cobradas de empresários da importante cidade do Grande ABC.
Dos sete acusados, cinco já foram condenados. O último a ser julgado é o empresário e amigo de Celso Daniel, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. Os advogados de Gomes da Silva tentaram suspender o prosseguimento da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), mas, segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o julgamento deverá ser marcado para 2013.
No último mês de agosto, embora tenha negado diante do júri a participação no crime, Elcyd Oliveira Brito, o John, foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. As provas neutralizaram as chances de defesa. Ele decidiu agir sob a promessa de receber recompensas.
Os que já respondem às sentenças judiciais são: Marcos Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão, em novembro de 2010; Ivan Rodrigues da Silva, a 24 anos de prisão; José Edison da Silva, a 20 anos, e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira Silva, a 18 anos de reclusão. Os três últimos foram julgados em maio deste ano.
Celso Daniel foi executado com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi sequestrado logo depois de sair de um restaurante com o empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha de Itapecerica da Serra.
Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.