Rafael Correa, do Equador, pode ser o novo interlocutor de Cuba com a América do Sul

Sob nova direção – O urgente retorno de Hugo Chávez a Cuba, onde se submeteu a nova cirurgia para a retirada de um tumor na região pélvica, cuja metástase poderia comprometer o sistema neurológico, mostra que o tiranete venezuelano está lutando contra um inimigo feroz e que sua eventual morte pode patrocinar o desaparecimento do chávismo.

A gravidade do estado de saúde de Chávez se traduz na repentina viagem de Rafael Correa, presidente do Equador, a Havana, onde visitou o mandatário venezuelano. A visita não foi apenas de cortesia a um companheiro de socialismo, mas serviu para decidir a continuidade da lufada esquerdista que sopra sobre a América Latina a partir de Cuba.

Muito mais preparado do que Chávez, o equatoriano Rafael Correa pode ser um melhor interlocutor dos irmãos Castro na porção sul do continente americano. Mestre em economia pela Universidade de Lovaina, na Bélgica, e doutor em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Rafael Correa é infinitamente mais estrategista do que Hugo Chávez.

Correa, mesmo sendo um esquerdista de última hora, manteve a economia do Equador supostamente equilibrada sob o manto da dolarização. Somente no primeiro trimestre deste ano, a economia equatoriana cresceu 4,8%, com previsão de aumento do PIB na casa dos 5,4% em 2012. Em 2011, O equador registrou crescimento econômico de 7,8%. No contraponto, Chávez levou a Venezuela ao caos econômico, apenas por não aceitar as lógicas e básicas regras da economia, as quais ele classifica como de origem capitalista.

A desenvoltura e o preparo de Rafael Correa, além dos resultados da economia do país, podem representar um perigo para a América Latina, pois sua eloquência permitirá mostrar ao mundo a eficiência que o socialismo barato de Cuba jamais teve.