Barril de pólvora – Solto na tarde terça-feira (11) em Aparecida de Goiânia, onde estava preso em decorrência de sentença judicial que o condenou a 39 anos de prisão, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou a prisão mandando um duro recado à cúpula petista. Disse que é “o garganta profunda do PT”, numa referência ao informante do jornal “The Washington Post” durante o escândalo que ficou conhecido como Watergate e derrubou o presidente Richard Nixon, dos Estados Unidos.
Que Cachoeira tem muito a revelar todos já sabiam, inclusive os próprios petistas. Tanto é assim, que o advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, comandou inicialmente a defesa do contraventor, a mando de Lula, que temia algum depoimento revelador de Cachoeira.
Nas vezes que compareceu à CPI batizada com o seu nome, Cachoeira se reservou ao direito de permanecer em silêncio, mas ele disse que está disposto a depor à Comissão ainda nesta quarta-feira (12), para revelar ao Brasil todos os escândalos envolvendo o PT.
Se isso de fato acontecer, a farsa de Lula será desmontada e alguns políticos de destaque devem ficar em situação delicada, começando pela presidente Dilma Rousseff e os governadores Sérgio Cabral Filho, do Rio de Janeiro, e Agnello Queiroz, do Distrito Federal. De quebra será arrastado ao olho do furacão o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construção, que alimentou financeiramente o esquema.
A cada dia que surge o PT vê a sua imagem sendo destruída no rastro dos tantos escândalos que ocorreram na última década, cujos alguns dos protagonistas dos mesmos decidiram contar a verdade. É o caso de Cachoeira e Marcos Valério, só faltando Rosemary Nóvoa de Noronha, a Marquesa de Garanhuns e namorada de Lula.