Dilma defende Lula e diz ao “Le Monde” que o antecessor deu autonomia à Polícia Federal e ao MP

Só mentira – Antes de embarcar para Moscou, a presidente Dilma Vana Rousseff concedeu uma entrevista ao importante jornal francês “Le Monde”. A mandatária brasileira disse que não tolera corrupção. “Eu não tolero a corrupção e meu governo também não”, disse a presidente.

Na tentativa de defender o antecessor, o enrolado Lula, Dilma disse que ele deu autonomia de investigação ao Ministério Público e à Polícia Federal. Esse discurso é barato e de encomenda, pois de acordo com a Constituição Federal ambos têm não apenas o direito, mas o dever de investigar crimes e desmandos, especialmente os cometidos por políticos e autoridades.

“O Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga e prende e a Justiça pune. “E aquele que iniciou esta nova etapa de governança foi o ex-presidente”, afirmou Dilma.

Na condição de chefe de Estado, Lula tinha a obrigação de, além de permitir, ordenar que investigações fossem realizadas mediante a suspeita de uma transgressão, sob pena de não o fazendo incorrer no crime de prevaricação.

O melhor exemplo de que Lula tentou da PF uma polícia de governo ocorreu no caso do Dossiê Cuiabá, conjunto de documentos apócrifos, reunidos por petistas, contra os candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, em 2006.

Os integrantes da quadrilha, chamados pelo próprio Lula de aloprados, eram pessoas de sua confiança, sendo que alguns deles foram presos com R$ 1,7 milhão em dinheiro, quantia que seria utilizada para pagar o malfadado dossiê. O delegado da Polícia Federal que ousou investigar o esquema criminoso que tinha como objetivo beneficiar Aloizio Mercadante, então candidato ao governo paulista, foi afastado e o assunto simplesmente foi sepultado.

Dilma Rousseff poderia pelo manter a coerência, não falando inverdades e deixando que Lula se entenda com a Justiça e conceda à imprensa internacional as devidas explicações, pois nos últimos dias o ex-metalúrgico foi manchete em muitos veículos de comunicação europeus como chefe de um esquema de corrupção.