Ex-diretor da ANA quer contar o que sabe sobre venda de pareceres; clima na Codesp é de tensão

Esqueleto no armário – Não bastasse o descontrole emocional de Rosemary Nóvoa de Noronha, que no rastro da Operação Porto Seguro foi demitida da chefia de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo e está a um passo de contar o que sabe, agora quem ameaça soltar o verbo é o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira.

Acusado de ser o chefe da quadrilha que vendia pareceres em agências reguladoras, Vieira quer negociar com o Ministério Público Federal uma delação premiada. Para isso, ele está disposto a detalhar o esquema e revelar os nomes de outros integrantes do esquema.

O ex-diretor da ANA trocou de advogado por querer uma defesa mais agressiva e já avisou, nos bastidores, que não sairá do escândalo na condição de chefe de quadrilha. Caso a negociação com o MPF prospere, o que pode lhe render benefícios em eventual condenação futura, Paulo Vieira promete denunciar gente “mais graúda”.

A tensão também está nas alturas na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Diretores da estatal temem que os tentáculos da Operação Porto Seguro cheguem por lá. A renegociação das dívidas dos maiores devedores da empresa, no porto de Santos, é o que tem tirado o sono de muita gente. Fora isso, diretores da Codesp aprovaram a assinatura dos contratos com pareceres vendidos pela quadrilha.