Desfaçatez é a condição básica para o cidadão ingressar no estranho mundo da política

Caras de pau – Jamais acredite nas palavras de um político sobre um palanque. E muito menos fora dele. Raríssimos são os políticos brasileiros que conhecem o significado mais simples da palavra coerência. Quem sabe fingem desconhecer porque é conveniente. Mesmo assim, esses senhores não têm o direito de enganar os eleitores o tempo todo.

Quando disputou a prefeitura de São Paulo, empurrado pelo dinheiro que ainda não conseguiu provar a origem, o petista Fernando Haddad atacou José Serra fazendo referências à péssima administração de Gilberto Kassab. Haddad dirigia-se a Serra, durante os debates, falando em “vocês” e “seu governo”, como se o tucano fosse um clone de Kassab, que no início da campanha se atirou no colo do PT. Kassab, que não é bobo, está adulando Dilma porque está de olho em uma das tantas boquinhas na máquina federal.

O PSDB, por sua vez, explorou à vontade a aliança com o bisonho Paulo Salim Maluf, que em polêmica foto registrada em sua casa apareceu ao lado de Lula e Haddad. Pois bem, na quarta-feira (19), Maluf, foi recebido com pompa e circunstância no Palácio dos Bandeirantes, durante a cerimônia de posse de Edson Aparecido na Casa Civil. Para piorar o cenário, Maluf sentou-se quase ao lado de José Serra. Geraldo Alckmin, por sua vez, que endossou as críticas a Maluf durante a recente campanha municipal, abriu as portas do palácio ao ex-prefeito que é procurado pela Interpol.

Kátia Abreu, senadora por Tocantins, durante anos a fio foi uma dura e ácida crítica do governo do PT. Tanto é assim, que coube a ele relatar o projeto que sepultou a famigerada CPMF. Dividida entre disputar o governo do seu estado ou arrumar uma vaga na Esplanada dos Ministérios, Kátia Abreu abandonou o Democratas e se bandeou para o PSD de Gilberto Kassab, onde passou a elogiar de maneira escandalosa a presidente Dilma Rousseff. a presidente, que foi atacada, por certo apoiará Kátia ou lhe dará um ministério de presente.

Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, setor da economia que sofre barbaramente com os problemas da infraestrutura, Kátia simplesmente esqueceu as críticas sobre o assunto que fazia em outras épocas.

Traduzindo para o idioma oficial desse baderna chamada Brasil, ser político ou estar parlamentar é abraçar a mentira e andar de mãos dadas com a incoerência.