Não estamos sós na dúvida em relação à aprovação de Dilma

Editorial –

Finalmente um órgão da chamada grande imprensa, o jornal “Folha de S. Paulo”, decidiu contestar o que há quase dois anos coloca-se em xeque neste espaço jornalístico. A popularidade da presidente Dilma Rousseff, que encerra o ano com índices “invejáveis” de aprovação.

Sem querer discutir a veracidade de algumas pesquisas, beira o inimaginável a aprovação ao governo Dilma, se no contraponto a economia brasileira caminha para trás, os preços dos produtos estão na seara do absurdo, a inflação real está à deriva e é muito acima da oficial, há escassez de investimentos federais em diversos setores, a propaganda oficial sobra de norte a sul e a corrupção corre solta em um Estado aparelhado de forma escandalosa.

Enquanto as autoridades federais, endossadas por Dilma Rousseff, balbuciaram inverdades sobre o desempenho econômico do País, a economia brasileira, ao longo de 2012, caminhava perigosamente para trás. É vexatório, por que não revoltante, deparar-se com o silêncio obsequioso de alguns e o cipoal de desculpas de outros diante do anúncio de que o avanço do PIB será de irrisório 1%.

Esse cenário de incertezas e erros sequenciais por parte do governo avançará sobre o ano que se aproxima, colocando a economia nacional sobre o fio da navalha, não permitindo que a repetição de equívocos domine aquilo que o Brasil tanto precisa e espera. Mudanças profundas e estruturais, não arremedos que denotam o desespero quase contínuo de quem deveria ter as rédeas da nação.

Os erros cometidos pela equipe econômica do governo são tão grosseiros e inaceitáveis, que os integrantes do Partido dos Trabalhadores, sempre prontos a gazetear, agora sequer falam sobre os problemas que afetam diuturnamente a vida de um país que há décadas ostenta o status de “país do futuro” e dele não consegue se desvencilhar. Tratam em seus discursos de salvar a legenda, transformada em usina de corrupção, e de blindar o ex-presidente Lula, que cada dia mais se vê diante da possibilidade de ser investigado.

Apresentada aos eleitores como a “gerentona” da era Lula e a garantia de continuidade das conquistas (sic) patrocinadas pelo ex-metalúrgico, Dilma Rousseff é vitima da paralisia do próprio governo, o que mais adiante a deixará vulnerável no âmbito da reeleição. Percebendo tal falha, Lula, que de caridoso nada tem, já se prepara para atrapalhar o caminho político daquele que ele diz apoiar em 2014.

Desde que assumiu a cadeira do antecessor, Dilma tem se dedicado a discursos ufanistas e pirotécnicos, sem que a promessa consiga ao menos descer a rampa do Palácio do Planalto. A incompetência e a inércia que marcam o governo de Dilma Rousseff são tamanhas, que o PT foi obrigado a rasgar o discurso da estatização e adotar a privatização como saída de emergência de uma administração que tende a fracassar cada vez mais.

Não se pode culpar a crise internacional pelos problemas existentes no País, velhos conhecidos dos brasileiros e que rechearam o palavrório mitômano que dominou os palanques petistas nas últimas eleições.

Até recentemente, críticas, das mais variadas e ignóbeis, eram dirigidas a este noticioso sob a desculpa de que integramos o que a esquerda festiva e seus contratados decidiram chamar de “partido da imprensa golpista”. A história mostra que, via de regra, os números não mentem, mas há uma escandalosa inverdade entre a realidade atual do País e os índices de aprovação de Dilma Rousseff.