Indiana Jones – Exitoso em sua passagem pelo Congresso Nacional, Gustavo Fruet, que em eleições passadas conquistou o status de deputado federal mais votado da história do Paraná, assume neste 1º de janeiro a prefeitura de Curitiba.
Tendo a política como genética, afinal é filho do saudoso Maurício Fruet, respeitado e alegre deputado federal, Gustavo chegou ao comando da capital paranaense depois de inúmeras batalhas no enxadrismo que é a política. Abandonado pelo PSDB, seu antigo partido, que insistiu na reeleição de Luciano Duci (PSB), que contou com o apoio do governador tucano Beto Richa, Fruet migrou para o PDT, um partido que no Paraná estava minguando.
Para viabilizar sua candidatura, Gustavo Fruet, outrora crítico do PT e de Lula, aliou-se aos petistas Paulo Bernardo da Silva e Gleisi Hoffmann, ministros das Comunicações e Casa Civil, respectivamente. Sob a ótica da ideologia foi um ato de incoerência, mas em termos eleitorais era a saída que lhe restava para não passar mais dois anos longe da cena política.
Os escândalos de corrupção que alvejaram o PT nos últimos anos e o julgamento do caso do mensalão, no STF, foram ingredientes que atrapalharam a candidatura de Fruet, homem sério e de excelente formação familiar. Na reta final do primeiro turno, apontado pelas pesquisas como terceiro colocado na disputa, Gustavo deixou de lado o visguento palavrório petista e virou o jogo por conta própria, apostando na sua história política.
Em sua primeira experiência no Executivo, Gustavo Fruet terá sobre a escrivaninha de alcaide algumas tarefas desafiadoras. Administrar a cidade de Curitiba, considerada como exemplo para o País e cuja população é critica e exigente, e esquivar-se dos efeitos colaterais da máquina de corrupção em que se transformou o PT.
O desafio adicional será enfrentar o ex-companheiro de legenda Beto Richa, que busca a reeleição em 2014 para continuar no comando do Paraná, enquanto Gleisi Hoffmann continua de olho no Palácio Iguaçu.
O novo prefeito curitibano é um político experiente e acostumado com a peçonha dos adversários e até mesmo dos aliados. Até porque, conviveu com Roberto Requião, cujo currículo comportamental dispensa maiores apresentações. Resta repetir o imperador Julio César e bradar “Alea jacta est” (a sorte está lançada). Tomara que Gustavo Fruet seja capaz de sobreviver nessa jaula de leões, pois boas intenções não lhe faltam, mais sobram inimigos conhecidos e outros desconhecidos.