Menina vítima de bala perdida morre no Rio. O que será que Eduardo Paes tem para mostrar ao mundo?

Fiasco conhecido – Quando a cidade do Rio de Janeiro recebeu o staff da FIFA, que escolheria a sede provisória da entidade durante a Copa de 2014, o prefeito Eduardo Paes, que cursou a mesma escola de fanfarrice de seu padrinho político, o governador Sérgio Cabral Filho, abusou da bazófia e disse em tom de deboche: “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”.

A frase galhofeira se deveu ao fato de que a cidade de São Paulo estava na disputa. Os paulistanos, que já se conscientizaram que a Copa será um enorme mico, elevaram as mãos ao céu para agradecer pela escolha da direção da FIFA.

Assim como qualquer grande cidade brasileira, o Rio de Janeiro é refém da incompetência dos políticos, da inoperância do Estado, como um todo, e da escandalosa falta de infraestrutura de norte a sul do país.

Na noite do último Natal, 25 de dezembro, a jovem Adrielly dos Santos, de 10 anos, foi atingida por uma bala perdida na cabeça. Levada ao Hospital Municipal Miguel Couto, Adrielly esperou apenas oito horas para ser operada, porque o neurocirurgião faltara ao trabalho. Passados alguns dias, a jovem foi transferida para o Hospital Estadual Souza Aguiar, onde foi constatada sua morte cerebral. O que por si só é um escárnio descomunal.

Nesta sexta-feira (4), médicos do Souza Aguiar anunciaram a morte de Adrielly dos Santos, que foi vítima não apenas da bala perdida, mas da incompetência dos governantes e da irresponsabilidade como Eduardo Paes administra a cidade do Rio de Janeiro, cuja beleza se afasta do caos quando estamos na janela do avião.

Gazeteiro profissional, Eduardo Paes por certo dirá que lamenta o ocorrido, mas o prefeito, o secretário municipal da Saúde e o médico que faltou ao trabalho já deveriam estar presos e com os bens indisponíveis, como forma de garantir uma indenização á família da vítima. Para fazer companhia ao trio, SérgioCabral Filho, que é responsável pela segurança pública do estado.

No dia em que um cidadão ousar contestar com firmeza o Estado, levando sua causa às últimas consequências e arrancando dos governantes tudo o que eles têm, quem sabe a política no Brasil mude de rumo e deixe de ser uma bandalheirainstitucionalizada. Até porque, a parte mais sensível do ser humano é o bolso.