Novela mórbida sobre Hugo Chávez avança com o apoio dos irmãos-ditadores Castro

Mais um capítulo – O golpe na Venezuela foi aplicado seguindo o script deixado por Hugo Chávez antes de partir para Havana, mas seus aliados políticos tentam esticar ao máximo a farsa que permitiu que o caudilho bolivariano não comparecesse à posse para um novo mandato de seis anos à frente do Palácio Miraflores.

As notícias divulgadas pelo serviço de informações do governo venezuelano são tão mentirosas e desencontradas, que cada vez mais aumentam as suspeitas sobre a saúde de Chávez, que pode estar inclusive morto. A família do tiranete informa que ele está consciente e se recuperando da infecção pulmonar, mas as informações que vazam para o serviço secreto de vários países, a começar pelos da América Latina, são opostas.

Estivesse o estado de saúde de Hugo Chávez evoluindo como noticiado, Nicolás Maduro, o vice-presidente que de forma inconstitucional assumiu o poder na Venezuela, e Diosdado Cabello, presidente reeleito da Assembleia Nacional, não estariam em Cuba, onde participam de reuniões com os senis irmãos Castro, juntamente com Adán Chavéz, irmão do ditador bolivariano. Fora isso, uma peregrinação de governantes e chefes de Estado começou há dias em direção à ilha caribenha, sem que qualquer um tenha conseguido ver Chávez nem mesmo através de uma pequena janela de vidro.

Chávez, que há quase dois anos sofre de câncer na região pélvica, submeteu-se, no último dia 11 de dezembro, a uma arriscada cirurgia para conter a metástase de um sarcoma, que atingiu a medula e obrigou a retirada de meio metro do intestino. Não bastasse, uma forte hemorragia durante a cirurgia culminou com grave infecção pulmonar, que evoluiu para um quadro de septicemia.

Outra prova inconteste do agravamento da saúde de Hugo Chávez é o Pacto de Havana, que foi lançado e é coordenado pelo presidente cubano, Raúl Castro, que tem por objetivo garantir a continuidade do chavismo na Venezuela e uma transmissão pacífica do poder no país sul-americano. Aos irmãos Castro interessa não apenas comandar o tal pacto, que é uma afronta ao raciocínio, mas ter certeza de que a cornucópia venezuelana continuará apontada para Havana, que continuará dependendo dos petrodólares que lhe foram dados na última década por Chávez.

A família de Hugo Chávez, que se encontra na capital cubana, palpita nessas reuniões por meio de Adán, pois quer manter no novo governo altos cargos que lhe garanta o conforto que os seguidores do chavismo não têm. A extensão da farsa é tamanha, que a Suprema Corte da Justiça venezuelana concedeu licença de seis meses a Hugo Chávez, que em caso de necessidade será estendida por igual período. Na verdade, a cúpula do governo venezuelano aguarda o momento adequado para dar a notícia da morte do presidente, pois é preciso consolidar Nicolás Maduro no poder de forma a não permitir uma reação dos oposicionistas.

Diosdado Cabello, que tem origem militar e conta com o apoio da caserna, pode ser o pomo da discórdia na disputa que ocorre nos bastidores pelo direito de se instalar no Executivo venezuelano. De acordo com o que determina a Constituição local, Cabello deveria ter assumido interinamente diante da ausência de Chávez, convocando nova eleição presidencial em até trinta dias. Isso só não aconteceu porque nas coxias bolivarianas a queda de braços foi dura, intensa e imunda.

Sustentar uma mentira colossal durante seis meses é missão árdua. Durante um ano é quase impossível. Em algum momento a esquerda festiva latino-americana terá de se render e contar a verdade. Até porque, a última informação oficial sobre a saúde de Hugo Chávez, limitada e sem qualquer dose de convencimento, foi divulgada há seis dias. Vale lembrar que nenhum paciente com septicemia apresenta recuperação tão célere. A tendência é que a infecção generalizada vença a batalha e mande o doente para o outro lado da vida, se é que isso de fato existe.

O mais bisonho nessa epopeia é que a Justiça venezuelana, absolutamente manipulada, prorrogou o mandato de um moribundo, se é que já não é cadáver, enquanto o vice-presidente, não eleito, governa a partir de outro país.