Depois de novas denúncias contra Henrique Eduardo Alves, PSDB emite nota de apoio ao potiguar

Na contramão – Como sempre afirmamos aqui no ucho.info, a política é a arte da incoerência. Há que justifique essa incoerência com desculpa que a política é um enxadrismo, mas determinadas atitudes são imperdoáveis. Indicado pelo PMDB, principal partido da base aliada, para presidir a Câmara dos Deputados a partir de fevereiro, o potiguar Henrique Eduardo Alves é acusado de beneficiar um de seus assessores com emendas parlamentares. Na verdade, o tal assessor era a pessoa responsável por cuidar das emendas a que Alves, assim como qualquer deputado, tem direito.

Não se trata de defender Henrique Eduardo Laves, mas o candidato à presidência da Câmara é alvo de uma artilharia que parte de dentro do PMDB, que está rachado e tem outros deputados interessados no cargo: os deputados Sandro Mabel (GO) e Eduardo Cunha (RJ). No caso de os respectivos currículos serem chacoalhados como manda o figurino, ambos saem da disputa em questão de horas. Contudo, Henrique Alves, que é o atual líder do PMDB, deve explicações e, se for o caso, precisa ser alijado da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.

O mais absurdo é que depois de as denúncias serem confirmadas com novas notícias e desdobramentos, o PSDB emitiu, na tarde de segunda-feira (14), uma nota de apoio à candidatura de Henrique Eduardo Alves. O que é um contrassenso, se considerarmos que há dias o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apareceu na televisão criticando o governo do PT e falando de moralidade e outros quetais.

A política é um assunto considerado chato e que desperta pouco interesse na população. Tornado-se cada vez mais incompreensível, será difícil convencer o cidadão a se interessar por algo que cheira a bandalheira.