Velho esquema – Depois de fugir da imprensa durante périplo internacional, Lula voltou ao Brasil e aproveitou as festas de final de ano para se refugiar na casa de praia de um amigo. Assim conseguiu evitar os jornalistas, que querem explicações sobre as denúncias feitas sobre Marcos Valério, acerca do seu envolvimento no caso do Mensalão do PT, e também a respeito do escândalo que alcançou Rosemary de Noronha, de quem o ex-petista é muito mais do que íntimo, segundo declarações da própria Marquesa de Garanhuns.
De volta aos afazeres depois do ócio natalino, Lula retornou a São Paulo e na quarta-feira (16) reuniu-se com o prefeito Fernando Haddad, na sede da administração paulistana. Quem recebeu a agenda do prefeito da maior cidade brasileira logo imaginou que se tratava de uma visita de cortesia do padrinho político ao seu afilhado, depois da posse. Mas não foi esse o intuito do encontro.
Ao lado de Haddad e diante de uma dezena de secretários municipais, Lula, que está cada vez mais no centro do furacão, foi à sede da prefeitura da cidade de São Paulo para tratar dos interesses do PT. Como o partido está na berlinda por causa dos inúmeros escândalos e pela paralisia do governo da companheira Dilma, o ex-metalúrgico quer usar a prefeitura paulistana como plataforma de reação. E Fernando Haddad já foi incumbido dessa dura missão.
Tanto é assim, que na quarta-feira (15) coube ao prefeito rebater reportagem do Financial Times, que acusou o governo brasileiro de levar a política econômica “no jeitinho”. Haddad disse que o governo “faz política de gestão, não de jeitinho”. O pedido para que Haddad rebatesse o FT partiu do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, que corre o risco de deixar a Esplanada dos Ministérios na minirreforma programada para fevereiro próximo.
Além dos incêndios que flambam diuturnamente o partido, Lula foi ao encontro de Haddad e dos secretários municipais para ditar ordens e apresentar a cartilha que deve ser seguida na administração da quarta maior cidade do planeta. Afinal, alam de ser a principal vitrina política do País, a capital paulista é uma cidade complexa que exige investimentos constantes e terá pela frente, dentro de dezesseis meses, a Copa do Mundo. Como política não se faz sem dinheiro, Lula aterrissou na prefeitura da mais rica cidade do País.