Jogo de cena – O enredo da novela sobre o caudilho bolivariano Hugo Chávez continua aumentando a cada dia que surge. O serviço de informações do Palácio Miraflores continua divulgando notícias de que o tiranete está bem de saúde, consciente, lúcido e se recuperando dos efeitos da arriscada cirurgia para tentar conter a metástase de um sarcoma, que a partir da região pélvica alcançou a medula óssea e obrigou os médicos a retirarem parte do intestino do presidente venezuelano.
Se comparecer à posse para iniciar oficialmente seu terceiro mandato, Chávez contou com a obediência genuflexa do país, que adiou o evento e colocou na interinidade do cargo o vice-presidente Nicolás Maduro. Pois bem, se Maduro responde pela presidência da Venezuela, não há necessidade de um ministro até Havana para dar satisfações a Hugo Chávez. Foi o que fez o ministro de Relações Exteriores, Elias Jaua, nomeado para o cargo recentemente, mas que poderia ter se reportado a Nicolás Maduro.
A estratégia do núcleo duro do governo bolivariano, como antecipou o ucho.info, é levar Chávez a Caracas, mesmo que morto, para forjar a posse, o que daria respaldo legal para Maduro continuar no cargo. Se o quadro de saúde de Chávez evolui rapidamente e a cada dia, ele deveria ter feito um pronunciamento ao povo venezuelano, colocando fim às especulações que só crescem.
Argenis Chávez, irmão do ditador bolivariano, já informou que Hugo retornará a Caracas nos próximos dias. Ou seja, a família, que está em Havana, não mais suporta levar adiante a encenação, sendo que em prática será colocado o capítulo final do golpe, seguindo o script deixado por Chávez antes de sua partida para Cuba.
Não custa lembrar que Tancredo Neves, quando adoeceu repentinamente em Brasília e foi internado no Hospital de Base da capital dos brasileiros, foi transferido com urgência para o Hospital do Coração, em São Paulo. Sua chegada ao Aeroporto de Congonhas foi cercada de mistérios, sendo que o corpo estava coberto por um lençol branco. Dias mais tarde, em 21 de abril, foi anunciada a morte daquele que foi eleito para presidir o Brasil depois do longo período da ditadura militar.
Não causará surpresa alguma se o mesmo ocorrer com Chávez, que voltará à capital venezuelana cercado de detalhes de segurança e um sem fim de mistérios. A Justiça, que aceitou o combinado, dará posse a um cadáver, passando em seguida o poder a Nicolás Maduro. Dias depois, uma semana talvez, será anunciada a morte do líder da Revolução Bolivariana, que levou a Venezuela a uma situação degradante, pois o que o chamado socialismo do século XXI conseguiu foi socializar a miséria.