Furo n’água – a Não faz muito tempo, com a conhecida pirotecnia palaciana, o então presidente Luiz Inácio da Silva lançou mais um de seus factóides, o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), projeto do Ministério da Justiça para o enfrentamento do crime, segundo o próprio governo. No Senado, uma das mais entusiastas divulgadoras do Pronasci foi a ex-senadora Ideli Salvatti, atualmente destilando sua incompetência na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
Ideli, nos tempos de senadora por Santa Catarina, falava tanto no tal Pronasci, que os brasileiros que caíram em mais um conto do vigário acreditaram que aquela era a solução para a criminalidade que campeia de Norte a Sul.
Muito estranhamente, Santa Catarina, reduto político-eleitoral de Ideli Salvatti, vem sofrendo dezenas de ataques promovidos por criminosos, a partir de ordens de integrantes do crime organizado que se encontram nos presídios do estado.
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), reúne-se nesta quarta-feira (6) com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para acertar a transferência de alguns detentos para presídios federais. Isso mostra que o alardeado Pronasci não funcionou, transformando-se em mais um balão de ensaio de um governo que abusou do ufanismo.
Na tentativa de justificar a própria inoperância, o governo federal deixa correr livremente a informação de que os ataques resultam de maus tratos aos presos de Santa Catarina, inclusive com direito a tortura.
É preciso esclarecer que dificilmente um cidadão que encontra-se preso foi flagrado pela polícia na confessionário da igreja mais próxima. Foi preso porque cometeu algum delito e na prisão acabou fazendo parte de uma das organizações criminosas que dominam o sistema prisional brasileiros.
As denúncias de tortura precisam ser bem apuradas, antes de serem consideradas como fato, pois integrante de facção criminoso não tem vocação para anjo e para conseguir uma transferência ou a mudança da direção do presídio é capaz de tudo, inclusive de produzir marcas no corpo semelhantes às de uma sessão de tortura.