Hugo Chávez volta a Caracas e Justiça, aliciada, dará posse a um moribundo

Inédito no cargo – A epopeia envolvendo o tiranete Hugo Chávez ganhou novo capítulo. Há dias, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse sem medo de errar que o líder bolivariano enfrentava um duro processo de recuperação da quarta cirurgia contra um câncer na região pélvica. Dias antes, médicos cubanos que tratavam de Chávez disseram à família que o venezuelano não se recuperaria do câncer, que perdera a voz e desaconselhavam sua remoção para Caracas.

Horas depois, o próprio Maduro afirmou que conversou com Chávez por telefone e, sem seguida, o genro do ditador divulgou fotos de Hugo Chávez, ao lado das filhas e deitado em um leito hospitalar, com um exemplar do jornal Granma nas mãos. Como as fotos geraram dúvidas em todo o planeta, o politburo do Palácio Miraflores decidiu transferi-lo para a capital da Venezuela, onde está internado em um hospital militar desde segunda-feira (18).

Tão logo foi confirmada a chegada de Chávez em Caracas, não se sabe se morto ou vivo, a Justiça do país anunciou que está pronta para realizar a cerimônia de posse para o novo mandato presidencial, marcada inicialmente para 10 de janeiro, mas adiada, que poderá acontecer inclusive no hospital em que se encontra o caudilho.

A posse de Hugo Chávez garante a continuidade de Nicolás Maduro no cargo de presidente interino, que passará a ser efetivo quando for oficialmente a morte de Chávez. A manobra, sórdida, diga-se de passagem, evita dois problemas sérios para os chavistas. O primeiro deles é o cumprimento da Constituição, que determina que o presidente da Assembleia Nacional assuma o comando do país e convoca nova eleição em até trinta dias. Presidente da Assembleia Venezuelana, Diosdado Cabello, que longe das câmeras trava uma queda de braços com Maduro, também está de olho no cargo.

O segundo motivo é que com essa sequência de farsas o grupo político de Hugo Chávez evitaria um confronto eleitoral com o líder da oposição, Henrique Capriles, além de minimizar sobremaneira a possibilidade de uma guerra civil na Venezuela.

Para um paciente em situação grave que até horas atrás estava conectado a equipamentos, respirando por aparelhos e sem conseguir falar, Chávez é a personificação do milagre, pois em seu país, segundo o vice-presidente, ele se recupera bem e já fala. Em outras palavras, depois de oficializada a posse do moribundo Hugo Chávez, seu grupo político, que usou os últimos meses para as costuras necessárias nos bastidores, começará a preparar a população incauta para a notícia final.

Se os venezuelanos que foram abduzidos pelas mentiras de Chávez não mais conseguem pensar, o restante do planeta ainda faz o uso racional e lógico da massa cinzenta. Vejamos até que degrau da escada da mitomania essa ópera bufa chegará.