Endividado, consumidor deixa de comprar, assusta o comércio e inflação tem leve recuo em SP

Sinal de alerta – De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação na maior cidade brasileira, São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), recuou para alta de 0,83% na segunda quadrissemana de fevereiro, contra 1,01% na primeira semana do mês. No mesmo período em janeiro, o IPC registrou alta de 0,96%.

Na migração da primeira para a segunda semana do mês, quatro das sete classes de despesa que compõem o IPC registraram variações mais baixas. O grupo alimentação saiu de alta de 1,53% para avanço de 1,02%, seguido por despesas pessoais (de 2,05% para 1,48%), saúde (de 0,59% para 0,58%) e educação (de 5,19% para 3,61%).

Esse movimento de baixa do índice não é resultado de qualquer medida milagrosa adotada pelo governo, até porque as autoridades são teimosamente incompetentes, mas porque o consumidor mudou o hábito de compra, optando por produtos cada vez mais baratos e com qualidade duvidosa ou, então, deixou de consumir em determinados segmentos. Isso tem forçado alguns setores da economia a rever preços e estratégias de marketing, o que impactou no IPC.

O cenário torna-se ainda mais preocupante com a informação divulgada pelo IBGE, nesta terça-feira (19), de que o comércio registrou queda de 0,5% em dezembro, na comparação com o novembro. O último mês do ano, que costuma ser aquecido em termos de consumo, assustou os comerciantes. A razão dessa queda é o alto grau de endividamento das famílias brasileiras, agora mais cautelosas no momento da compra. As principais vítimas desse endividamento recorde e que assusta as instituições financeiras são os incautos cidadãos que acreditaram nos apelos irresponsáveis de Lula, que quis fazer do consumismo um antídoto para a crise internacional.

O mesmo erro repete sua sucessora, Dilma Rousseff, que insiste em apostar todas as fichas no consumo interno como forma de reverter a crise, quando a solução é interna, mas o governo prefere não enxergar o óbvio para escapar do vexame de admitir a própria incompetência.

Mesmo assim, o comércio fechou o ano com alta de 8,4%, impulsionada pela venda de alimentos e bebidas em supermercados, eletrodomésticos e veículos novos, esses dois últimos segmentos beneficiados pela redução do IPI.

Esse cenário mostra que o governo tem pavor da palavra planejamento. Com mais eletrodomésticos sendo vendidos, maior será o consumo de energia elétrica, assunto que assusta nove entre dez palacianos. Na seara dos carros novos, essa frota, que aumenta diuturnamente, precisará cada vez mais combustível para rodar. Mas isso é um detalhe, pois a Petrobras foi criada como muito esforço para os petistas levarem-na à bancarrota.

Fato é que a conta do Brasil já não fecha, mas os exercícios de messianismo barato continuam com força total na Esplanada dos Ministérios.