Gastos de brasileiros no exterior, em janeiro, foram de US$ 2,29 bi e mostram que razão crise é interna

(Foto: EBC)
Porteira aberta – Tendo a reeleição de Dilma Rousseff na alça de mira, o Palácio do Planalto e as autoridades econômicas do governo tentam esconder a realidade com declarações que nem de longe passam pelo universo da verdade. Embalados pelo ufanismo de Luiz Inácio da Silva, que por onde passa exala seu messianismo embusteiro, os palacianos continuam acreditando que a crise econômica que atinge o Brasil é apenas um leve desvio de rota e que a imprensa e a oposição são intransigentes.

Se os números internos não são suficientes para convencer os frequentadores do Planalto de que a economia vai de mal a pior e que o Brasil perdeu uma década, cujos estragos ocorridos exigirão cinquenta anos para serem reparados, dados sobre os gastos dos brasileiros no exterior são prova inconteste do que acontece nessa destrambelhada terra de Macunaíma.

De acordo com o Banco Central, os gastos dos brasileiros no exterior somente em janeiro alcançou a incrível marca de US$ 2,29 bilhões, maior valor desde 1947. Analistas apontam como um dos motivos o fato de janeiro ser um mês de férias escolares, Anteriormente, o recorde foi registrado em julho de 2011, também período de férias escolares, no valor de US$ 2,23 bilhões. Em janeiro de 2012, os brasileiros deixaram no exterior US$ 2 bilhões.

Independentemente do que pensam os analistas, a realidade é uma só e se apoia em um tripé de razões. Viajar pelo Brasil está cada vez mais caro. O turismo brasileiro ainda não fracassou porque durante o ano que sustenta o setor são as pessoas que viajam a trabalho e têm as despesas custeadas por empresas. É o famoso “turismo pessoa jurídica”. O segundo motivo é que o crédito fácil gera um fictício poder de compra que permite aos cidadãos realizarem sonhos no âmbito do turismo, além da dos baixos índices de desemprego. A terceira razão é que no exterior os produtos são normalmente baratos, mas em Reais os preços caíram ainda mais porque o governo usou a desvalorização do dólar para tentar conter a inflação. Em muitos países encontra-se produtos iguais aos vendidos aqui ou similares com mais qualidade por preço 40% menor, podendo chegar, dependendo da época do ano, a 70%.

Essa conjunção de fatores mostra que o Brasil não apenas enfrenta uma grave crise econômica, mas vive um contínuo processo de desindustrialização, o que preocupa o setor produtivo, principalmente pela falta de iniciativa do governo para tomar medidas que revertam esse quadro de penúria.