PPS pedirá ao MP abertura de inquérito para investigar arapongagem no governo do DF

Serviço sujo – O PPS ingressa nesta segunda-feira (25) com representação no Ministério Público do Distrito Federal pedindo abertura de inquérito para investigar as quebras ilegais de e-mails que teriam sido ordenadas pelo então chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Cláudio Monteiro. Os alvos da arapongagem são jornalistas responsáveis por blogs críticos da administração de Agnelo Queiroz (PT). A ação será protocolada pelo presidente do PPS-DF, Chico Andrade, com apoio do presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (SP), e do líder da bancada na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR).

Segundo Chico Andrade, o caso merece ser investigado a fundo, já que atenta contra a liberdade de imprensa e os direitos fundamentais dos cidadãos. “Essa ação policialesca é bem própria do modus operandi do PT e do governo Agnelo”, criticou.

Já o deputado Roberto Freire classificou de “despautério” e “descalabro” a quebra de sigilo de contas de e-mail ordenada por Cláudio Monteiro. A revelação foi feita pelo ex-agente secreto da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ao jornal “Folha de S. Paulo”.

Segundo Dadá, que quebrou o silêncio um ano após a deflagração da Operação Monte Carlo, quando foi preso sob acusação de ser araponga do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a tarefa de quebrar os sigilos foi cumprida ao preço de R$ 40 mil. Ele informou ao jornal que o responsável pelas devassas foram Cláudio Monteiro, que o contratou, e o ex-funcionário do governo do DF, Marcelo de Oliveira Lopes, o Marcelão, que pagou pelo serviço.

Agnelo, segundo Dadá, sabia de tudo. Freire afirmou que “é importante acompanhar detidamente esse processo para ver se aparecem mais denúncias”. Ele sugeriu a formação de um bloco de forças de oposição para acompanhar o caso. Para o presidente do PPS, não se pode viver em um governo desse como se fosse normal. “Em momentos como esse é que vemos nosso acerto em romper com o governo Agnelo”, constatou.

Provas na CPI

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, que integrou a CPI do Cachoeira, afirmou que, apesar da pizza servida na comissão, haviam fortes indícios da montagem de uma rede de aropangagem no governo do PT no Distrito Federal. “Agnelo e Claudio Monteiro foram à CPI e posaram de santos. Desde aquela época os depoimentos deles não me convenceram. Por isso mesmo, antes do término da CPI, pedimos ao procurador geral da República para investigar o governador”, relembrou o parlamentar.

Rubens disse ainda que vai requisitar nos arquivos da CPI todo o material apreendido pela Polícia Federal na casa de Dadá. “Lá existem vários relatórios de arapongagem. Alguns desses documentos podem comprovar o suposto grampo encomendado por Monteiro e agora revelado pelo agente de espionagem do Cachoeira”, alertou o deputado.