Dança de cadeiras em ministérios confirma que restante do mandato de Dilma será de politicagem

Balcão de trocas – Durante os primeiros dois anos de seu mandato, Dilma Rousseff fez nada. O máximo que conseguiu foi carregar a conhecida incompetência do seu partido, o PT. Nos últimos dois anos que lhe restam no Palácio do Planalto, a presidente decidiu fazer politicagem, o que ela preferiu chamar de coalizão política durante a cerimônia de posse de três novos ministros: Moreira Franco (Secretaria de Aviação Civil), Manoel Dias (Trabalho) e Antônio Andrade (Agricultura).

O que era para ser uma reforma ministerial, como anunciado anteriormente, ficou por enquanto no campo do remendo. Mesmo assim, as mudanças no primeiro escalão do governo mostram que Dilma é refém do PMDB e continua dependente de outros partidos para manter o sonho de reeleição. É o caso do PDT, que escanteou o então ministro Brizola Neto e indicou para a pasta do Trabalho o secretário-geral do partido, Manoel Dias, homem de confiança do presidente do partido, Carlos Lupi, que deixou o mesmo ministério debaixo de acusações de graves irregularidades com ONGs.

Considerando-se o fato de que na primeira metade do mandato Dilma não soube o que fazer e que na segunda parte fará apenas política, não é errado afirmar que o Brasil corre o sério risco de continuar se movimentando de lado na seara do crescimento econômico. As mudanças oficializadas na manhã do último sábado (16), durante cerimônia no Palácio do Planalto, em nada mudarão a realidade brasileira, pois nos respectivos cargos foram empossados políticos que não conhecem a fundo os assuntos relacionados às respectivas pastas.

Imaginar que a Secretaria de Aviação Civil promoverá avanços no setor com a presença de Moreira Franco (PMDB-RJ) em seu comando é acreditar em cegonha. De igual modo, Manoel Dias (PDT-RJ) pouco terá o que fazer no Ministério do Trabalho, que não tem dinheiro nem mesmo para promover fiscalizações. Sem contar que o escorraçado Lupi volta a mandar no ministério. No caso do peemedebista mineiro Antônio Andrade a situação é menos impactante, o que não significa que deixa de gerar preocupação. Andrade justificou a indicação com sua trajetória no setor agropecuário, mas isso nada significa em termos de uma boa gestão à frente da pasta.

A presidente cobrou do mineiro Antônio Andrade mais dinamismo no Ministério da Agricultura, mas isso não passa de sonho palaciano de uma noite de verão em um país que sofre com a infraestrutura, o que compromete a logística da produção agrícola nacional. Dinamismo na Agricultura significa fazer com que o Brasil continue batendo recordes de produção de grãos, o que é uma utopia quando não há como escoar a safra.

Resumindo, Dilma Rousseff tem confirmado a tese vociferada por Lula de sua sucessora era a garantia de continuidade. Como as besteiras oficiais continuam dominando a cena, não há como discordar do ex-metalúrgico que insiste na condição de fugitivo da imprensa.