Após dizer que Chávez ajudou na escolha do papa, estafeta Maduro não foi ao Vaticano

Fugindo da raia – Gostem ou não os obtusos bolivarianos, o chavismo é a ideologia da incongruência. Depois de mentir ao povo venezuelano durante quase dez semanas sobre a morte de Hugo Chávez, que foi anunciada oficialmente no último dia 5 de março, o agora presidente interino Nicolás Maduro abusou da insanidade e afirmou que o finado caudilho conversara com Cristo em favor do cardeal Jorge Mario Bergoglio, entronizado na Santa Sé como papa Francisco.

Que Maduro está se agarrando a qualquer fato para garantir sua eleição, em 14 de abril próximo, todos sabem, mas é preciso um mínimo de bom senso, sob pena de assim não fazendo acabar na seara do absurdo. Primeiro é preciso descobrir como Nicolás Maduro soube dessa conversa de Hugo Chávez com Jesus Cristo, pois não é de conhecimento dos terráqueos que no além exista telefone, internet, tablet, redes sociais e outras geringonças de comunicação.

A lufada de mitomania socialista que sopra sobre a América Latina alcança o seu ápice em Caracas, mais precisamente no Palácio de Miraflores, onde os frequentadores não sabem mais o que inventar para transformar Chávez em objeto de eterna adoração popular.

Nicolás Maduro transforma-se na materialização do ridículo quando, após tentar despejar doses de santificação sobre o cadáver do caudilho, não comparecer à cerimônia que marcou o início oficial do pontificado do papa Francisco, que segundo o presidente golpista só está no comando da Santa Sé por causa de Chávez. Em seu lugar, Maduro enviou o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, seu desafeto político nos bastidores.

Como qualquer comunista que se preze, Hugo Chávez conseguiu a proeza de socializar a miséria e arruinar a economia local, mas antes disso alcançou o que para muitos parecia impossível: transformar a Venezuela em um grande hospício. Até porque, só mesmo sendo um avariado mental para acreditar nas palavras de Maduro e companhia.