Dois em cada três brasileiros reclamam do governo federal, mas aprovação de Dilma cresce

(Foto: Pedro Ladeira - AFP)
Não encaixa – O Brasil é um país de especialistas de última hora. De assuntos do Vaticano a pesquisas de opinião, tudo vale no momento de se produzir uma manchete jornalística. Depois das apostas equivocadas sobre quem seria o novo papa, a imprensa brasileira agora se volta para os índices de aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff. E caberá a muitos profissionais dos grandes veículos de comunicação incensar os resultados da nova pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, a aprovação ao governo de Dilma Rousseff se manteve em níveis elevados e registrou, em março, seu índice mais alto desde a posse da petista. Os que consideram o governo “ótimo” ou “bom” passaram de 62% para 63%. Em relação à forma da presidente governar também subiu e registrou novo recorde, passando de 78%, em dezembro, para 79%.

Só mesmo um desavisado para acreditar nos resultados de pesquisa que coloca nas alturas a governante de um país que enfrenta grave crise econômica e nada faz para liquidá-la. Imaginar que a população brasileira aprova o governo Dilma como aponta a pesquisa CNI/Ibope é ignorar a voz das ruas, sempre uníssonas em críticas ao Palácio do Planalto.

Pesquisa é a arte da enganação, sempre em favor de alguém que deseja ludibriar a opinião pública. No Brasil, o Estado é o maior cliente dos institutos de pesquisa, que por questões de sobrevivência não matariam a galinha dos ovos de ouro.

Onde quer que se ande pelo País é possível ouvir reclamações duras sobre o governo do PT, mas alguém consegue extrair da sociedade uma opinião diversa do que se fale correntemente. Ou o brasileiro tem duas faces, e torna-se vulnerável diante de um pesquisador, ou o instituto de pesquisa produz mentiras sob encomenda. Não custa lembrar que o dono do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, é muito próximo do ex-comissário palaciano e mensaleiro condenado José Dirceu.