Esquerda brasileira mostra-se obtusa ao declarar apoio à Coreia do Norte

Cegueira ideológica – Nada é mais utópico no planeta do que o apoio da esquerda brasileira ao ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que como o pai (Kim Jong-il) age como um proxeneta internacional ao repetir ameaças que historicamente serviram para angariar ajuda financeira a um país que, sob a obsolescência do comunismo, está cada vez mais isolado.

Não se trata de negar a existência de armas nucleares em território norte-coreano, mas de analisar a situação como um todo e considerar a loucura histriônica do Kim Jong-un, que tem se esforçado para imitar o avô e fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung.

As ameaças do governo de Pyongyang perdem força quando diplomatas de outros países ignoram as recomendações para deixar a Coreia do Norte e continuam no país asiático. De igual modo têm agido os norte-coreanos, que continuam vivendo normalmente.

Um ataque da Coreia do Norte, que não deve ser descartado por causa da irresponsabilidade do jovem ditador, seria um desastre econômico globalizado, que afetaria inclusive o Brasil, onde a esquerda avança em seu projeto totalitarista de poder. Qualquer oscilação econômica internacional mais acentuada no atual momento riscaria a Coreia do Norte do mapa. O mesmo pode acontecer se Kim Jong-un levar a cabo suas ameaças, uma vez que os anunciados mísseis com ogivas nucleares serão interceptados por equipamentos bélicos norte-americanos e cairão em território norte-coreano.

Apenas uma minoria tem levado em conta a possibilidade de Kim Jong-un estar no olho de um golpe militar que vem sendo tramado com detalhes pelo tio paterno, Jang Song-thaek, que sonha em assumir o comando do país. Um fracasso do atual ditador seria a senha para que os militares o tirassem do poder, entregando a Song-thaek. O risco de um ataque norte-coreano está concentrado nos próximos sete dias, pois em 15 de abril comemora-se o aniversário de nascimento de Kim Il-sung, em quem o atual ditador se espelha.

O comportamento da esquerda brasileira ultrapassa as fronteiras da razoabilidade tão necessária nos dias atuais, mas sepultada pela visão obtusa que domina a seara comunista, desde que respeitadas as mordomias a que estão acostumados os integrantes do núcleo duro.

Apoiar Kim Jong-un é endossar a mentirosa e obscura ideologia Juche, que prega a autossuficiência nacional. O Juche, que foi considerado por Kim Il-sung como superior ao marxismo, tem o povo como o centro de tudo. Uma sonora inverdade, pois a Coreia do Norte é governada por uma reduzida casta de privilegiados que se entrega facilmente às benesses do capitalismo.

Vítima de uma lavagem cerebral que começou na própria infância, o que o transformou em um tirano mimado, Kim Jong-un está sendo propositalmente empurrado ao erro. Quando tropeçar na armadilha montada pelo tio, o ditador norte-coreano perceberá o equívoco enquanto a Ásia poderá ir pelos ares, uma vez que a Armada dos Estados Unidos movimenta-se intensamente na região.